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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Eleições Lula, em seus mandatos passados, ajudou as minorias com suas políticas públicas?

 Eleições

Lula, em seus mandatos passados, ajudou as minorias com suas políticas públicas?


Mateus Rodrigues


Na noite do domingo (30/10), brasileiros receberam a notícia de que o ex- presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito com 50,9% dos votos no segundo turno. Mas a ascensão de Lula ao poder trará mudanças para o Brasil e, com isso, há a necessidade de explicar aos seus eleitores e, também, aos opositores sobre a gestão de Lula em governos passados.

Lula foi presidente por dois mandatos: o primeiro de 2003 a 2006 e o segundo de 2007 a 2010. Nesse período, foram desenvolvidas promessas de políticas públicas que visavam à minoria. Contudo, isso realmente aconteceu na prática?

"Manutenção da estabilidade econômica, a retomada do crescimento do país e a redução da pobreza e da desigualdade social", lista, de forma explicativa, a enciclopédia livre (Wikipédia). De fato, tudo isso ocorreu. Entretanto, o "X" da questão é: como Lula executou isso?

Vale ressaltar que o governo Lula coincidiu com as "commodities" na América do Sul - que foram a ascensão da exportação do minério de ferro e demais materiais que também podem ser exportados e gerar grande lucro. E, por isso, o Brasil registrou grandes recordes como o alto crescimento do PIB e a redução da pobreza.

Mas, já que isso ocorreu na América do Sul, outros países cresceram, então, da mesma forma? Não. Os países, de fato, cresceram. Contudo, de uma forma mais expressiva e deixando o Brasil para trás em comparação com suas médias de crescimento. Ou seja, o crescimento que aconteceu no Brasil também aconteceu em outros países e, pontuando, em uma melhor performance.

Conclui-se que Lula obteve sorte em seu governo e que não foram as suas políticas públicas que fizeram o país crescer, mas sim o intenso comércio na América do Sul ocorrido em seus mandatos. Portanto, é FAKE dizer que foi Lula quem fez o Brasil crescer durante esse período.

Mateus Rodrigues - 2.11

31/10/22 - (00:30)

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Coluna Suplantação - Capítulos de 17 a 20

 Coluna

Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo XVII - À noite

Vovó iria dormir, inicialmente, na sala de estar em um colchão reserva que tínhamos em nossa casa. Mas, depois de muita insistência, consegui convencer mamãe e papai de deixá-la dormir em meu quarto comigo.

Pegamos o colchão e o levamos, ansiosamente, para o meu quarto. Chegando lá, estava feliz por alguém conseguir dormir em nossa casa.

Vovó organizou o lugar onde iria dormir e, aos poucos, íamos conversando sobre mais assuntos. Até que, em certo momento, deparei-me falando sobre o ocorrido no dia anterior.

- Maria fez isso com você, Miguel? - vovó questionou.

- Sim, vovó - eu respondi abatido.

Nesse momento, vovó permaneceu pensativa por um instante e, rapidamente, prosseguiu.

- E você, Miguel, o que fez? - vovó questionou, um tanto, indignada.

- Eu, nada, vovó. Apenas concordei com as ideias de mamãe - eu respondi.

Vovó permaneceu em silêncio por um instante e, após pensar um pouco, deu-me boa-noite e foi dormir. Retribui e, também, fui dormir.


Capítulo XVIII - Sem despedida

Quando acordei, vovó já havia ido embora, era um pouco mais de 08h da manhã, e eu pensava sobre o possível motivo de vovó ter ido embora sem uma despedida. Afinal, ela nunca havia feito algo parecido. Não cheguei a nenhuma conclusão.

Após o café da manhã, fui para as minhas obrigações de costume e, após realizá-las, fui descansar um pouco em meus aparelhos eletrônicos.



Capítulo XIX - Férias

Para não me estender muito, as férias escolares foram, basicamente, várias repetições de dias livres e desocupados. Sempre procurava fazer algo para distrair-me, mas, no final das contas, ficava sempre assistindo a um programa de televisão de que eu tanto gostava. Afinal, era a única coisa que eu poderia fazer para relaxar antes dos três dias em que eu poderia usar os eletrônicos. Ah, antes que eu me esqueça, os dias permitidos, dentro de minha casa, para o uso de eletrônicos eram sexta-feira, sábado e domingo.

Para resumir, as férias foram tediosas. Nunca tinha algo para fazer e eu, ansioso, aguardava o meu último ano letivo, pois estaria indo para o 3º ano do Ensino Médio.




Capítulo XX - Volta às aulas

Após alguns meses, retornei à escola no fim das férias. Era 12 de fevereiro de 2018 e eu estava indo à escola com papai, como sempre. Ele fazia questão de me levar de carro antes de ir ao trabalho. Quando eu descia do carro e me despedia, papai me olhava entrar para escola. Júlia Kubitschek possuía - hoje não sei, há vários anos que não vou a Diamantina - um morro para irmos até as salas de aula. Papai, vigilante como era, olhava-me subir o morro até perder-me de vista e, convencido, ir ao trabalho. Quando entrei em minha sala - que ainda estava vazia, pois eu era o primeiro a chegar - senti um ar de liberdade. Não estava sob proteção de meus pais e, muito menos, deveria cumprir regras absurdas dentro daquele ambiente - claro, como em qualquer escola, Júlia Kubitschek possuía regras, mas não eram tão rigorosas como as de minha casa.

Quando fui ao bebedouro encher minha garrafinha de água, encontrei André e o cumprimentei.

- Oi, André! Como está? - eu cumprimentei.

- Oi, Miguel! - André retribuiu - Estou ansioso para a volta às aulas e, também, a volta dos treinos e campeonatos do time de futebol ao qual pertenço - acrescentou.

- Como estão indo os treinos? - eu perguntei.

- Estão indo de forma evolutiva - me respondeu - Mas, isso não é importante agora. O que é importante é saber como estão indo as conversas com Alícia - disse ele curioso.

- Como você sabe que eu converso com Alícia? - perguntei surpreendido.

- Ah, você sabe, meninas não aguentam esconder uma novidade - me respondeu risonho.

- Bom, está indo muito bem, já que deseja saber - respondi - Alícia e eu temos o costume de conversar, sempre que podemos, assuntos que envolvem a biologia - acrescentei.

- Interessante, Miguel! - exclamou André - Mas você gosta muito das ciências da natureza? - André perguntou.

Antes de respondê-lo, senti a presença de alguém atrás de mim que, rapidamente, teve falas em nossa conversa.

- D. Maria Isabel! - André cumprimentou.

Mamãe? O que ela fazia na escola? Fiquei preocupado ao saber da presença da mamãe, já que ela poderia ter escutado toda a nossa conversa.

- Oi, André! - mamãe retribuiu de forma cínica - Posso conversar, um minutinho, com Miguel? – disse mamãe querendo encerrar, logo, o diálogo com André.

Obviamente, André aceitou e retirou-se do lugar onde estávamos. Estava com medo de virar-me e olhar para o rosto da mamãe. Não sabia qual seria a reação dela ao me ver e, muito menos, sabia o motivo de ela estar na escola onde eu estudava.

Ao virar, perguntei a ela o motivo de sua presença na escola.

- Minha presença aqui não importa - ela respondeu.

Ela segurava, em uma de suas mãos, minha lancheira que havia esquecido antes de sair de casa. Era comum que ela fosse até à escola levar possíveis coisas que eu esquecia.

- O que, então, importa? - perguntei de forma fingida já que sabia o motivo de ela estar ali.

- Sua conversa com André - mamãe respondeu - O que você pensa nessa sua cabeça? - perguntou com um tom de voz mais elevado.

- Como assim “converso com Alícia sobre assuntos que envolvem a biologia”? - Continuou citando um pedaço da minha conversa com André.

- Mamãe, o que há de demais nisso? - perguntei, de modo educado, mas que afrontava, de certa maneira, mamãe.

- Venha, você não vai assistir à aula hoje - disse mamãe sem responder minha pergunta.

Quando disse isso, pegou-me pelo braço e fui levado embora para casa.


quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Coluna Suplantação - Capitulo de 13 a 16

 Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo XIII - Amigo em comum

Alícia dizia, ainda, que era amiga de um André Albuquerque na cidade e que, desde pequenos, os dois se conheciam. Rapidamente, eu a respondi dizendo que eu também o conhecia e éramos amigos há bastante tempo.

Toda a situação era incrível! Imagine só: você resolve conversar com alguém na internet, que pode morar em qualquer lugar do mundo, e ela diz que é amiga de um amigo seu. Que coincidência extraordinária!

Conversamos sobre a vitória do time de André no dia anterior e ficamos conversando até o horário do jantar. Despedi-me dela dizendo que, no dia seguinte, mandaria novas mensagens para ela e que adoraria continuar conversando com ela.


Capítulo XIV - O jantar

Assim que desliguei o notebook, mamãe entrou no quarto e informou-me que a vovó Francisca havia acabado de chegar em nossa casa para o jantar e que tinha uma novidade sobre a visita dela. Após saber disso, apressei-me em ajeitar-me vestindo roupas diferentes para recebê-la de uma forma mais agradecida.

Após me trocar, fui até a sala de jantar e escutei minha avó conversando com minha mãe sobre o cardápio do jantar daquela noite.

- Vovó! - cheguei na sala de jantar feliz.

- Oi, meu neto lindo! - dizia ela da forma mais carinhosa possível.

Ao contrário da mamãe, vovó era extremamente gentil e muito inteligente para, principalmente, debates. Vovó gostava de debater, principalmente, sobre religião ou política, já que era o tema de seu falecido marido e meu falecido avô.



Capítulo XV - Vovô desconhecido

Quando eu nasci, em 2001, não conheci meu avô. Vovô morreu vítima de tuberculose, internado em um hospital em Diamantina. Vovô era muito recluso, assim como seu filho, e, vovó, acha que papai herdou isso de meu avô. Vovô possuía suas próprias manias que, aos poucos, papai ia herdando e adicionando à sua personalidade. Vovô, e papai, possuía a mania de beber café na própria caneca, comer em um só prato e talheres, ler o jornal que era referência na cidade todos os dias e gostava de assistir à missa sozinho sem ser acompanhado de vovó ou de papai. Vovó diz que, talvez, por ser “negado” por vovô, papai pode ter se tornado assim. Já que ela não possuía nenhum traço de uma pessoa introvertida ou, até mesmo, reclusa. Ao contrário de vovô, a vovó era muito comunicativa e, assim, vários problemas eram causados por conta dessa habilidade de comunicação.



Capítulo XVI - Jantando


Após cumprimentar a vovó, sentei-me à mesa junto de todos e comecei a debater assuntos atuais. Falamos sobre política, inflação e até mesmo sobre economia. Já jantando, a vovó elogiou bastante o cardápio que a mamãe preparou.

- Este acém está delicioso, Maria! - vovó elogiou.

- Realmente - eu prossegui.

- Eu nunca havia preparado este prato, é a primeira vez - disse mamãe sobre o prato que havia feito naquele jantar.

Realmente, mamãe não conhecia muitas habilidades na cozinha, mas já sabia o necessário para surpreender. Mamãe, sempre que podia, pesquisava receitas diferentes na internet a fim de, de pouco a pouco, surpreender as visitas em nossa casa.

Após o jantar, bem animado por sinal, mamãe avisou-me sobre a novidade que envolvia vovó: ela iria dormir em nossa casa pela primeira vez. Ao saber da notícia, fiquei muito feliz e não quis questionar o feito da vovó. Por que era um feito? Era a primeira vez que alguém de outra família dormiria em nossa casa. Era um avanço!


quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Coluna Suplantação - Capitulo de 9 a 12

 Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo IX - Entendendo

Já deitado, eu, ainda pensando e curioso para entender o motivo da postura de meus pais, concluí que tudo isso era para o meu próprio bem. Afinal, os dois eram meus e queriam nada mais que um bom futuro para mim e, seguindo a cabeça de meus amigos, eu, provavelmente, não chegaria a lugar algum. Muito cansado por conta dos exercícios feitos, eu acabei caindo no sono pouco depois.


Capítulo X - Um novo dia

Ao acordar, fiz o que era de costume: fui ao banheiro escovar os dentes, arrumei minha cama e fui à sala de jantar para tomar o café da manhã com meus pais. Lá, eles me deram bom dia e questionaram-me se pensei bem sobre o ocorrido no dia anterior.

- Sim, papai - eu concordava - Acredito que vocês, meus pais, que me criaram desde o meu nascimento, não vão castigar-me em vão, mas sim, para a minha evolução – eu observei.

- Isso mesmo, meu garoto - meu pai disse com uma expressão positiva sobre a resposta.

Mamãe me olhava com olhos orgulhosos e eu ficava alegre por estar sendo um bom filho para ambos.

Ao terminar o café da manhã, mamãe deu-me tarefas domésticas, como de costume. Eu sempre ficava com a mesa do café, quartos e banheiro, e ela ficava com as demais tarefas da casa.



Capítulo XI - Compras

Após concluir as obrigações diárias das férias, mamãe pediu-me que fosse ao mercado comprar algumas coisas para o jantar. Seria um jantar diferente, já que a vovó Francisca Coimbra viria jantar com a gente. Peguei a lista de compras com mamãe e fui ao mercado.

Chegando lá, algumas vizinhas fizeram as mesmas perguntas de sempre. Eu as respondi e segui com as minhas compras tão especiais, já que me sentia feliz por jantar com vovó naquela noite. Entretanto, ao sair do açougue do mercado, encontrei uma vizinha e, como de costume, a cumprimentei. Porém, ela me fez perguntas mais íntimas e eu, esquecendo-me, por um momento, das regras da casa, a respondi naturalmente.

- Minha mãe e papai estão ótimos, D. Fátima. Estão mais severos comigo nestas férias por conta dos meus comportamentos, mas nada fora do comum - eu respondi com uma maior riqueza em detalhes.

- Como assim “mais severos”, menino Miguel? - ela perguntou.

- Ah, você sabe D. Fátima, meus pais são muito fechados e não gostam que eu escolha o que eu quero para o meu futuro profissional - eu respondi naturalmente.

- Mas eles não podem fazer isso, meu jovem, quem decide o seu futuro é você mesmo! - exclamou ela com certa indignação.

Naquele momento, percebi que havia feito bobagem. Rapidamente eu inventei uma história qualquer que pudesse dar créditos à minha mãe e ao meu pai.

Na volta, fui pensando sobre o que havia ocorrido e como mamãe reagiria. Fiquei com medo do próximo castigo. Mas, pensando de forma mais concentrada, eu arranjei uma solução: basta não contar a ela!

Dito e feito, ou melhor, pensado e feito! Cheguei em casa e entreguei para a mamãe às compras, o troco e a nota fiscal que recebi do caixa.

Fui para o meu quarto e, como era uma sexta-feira, eu tinha liberdade total para navegar no meu celular, notebook e videogame.



Capítulo XII - Descansando

Liguei meu notebook e fiquei navegando em bate-papos famosos na internet e, por algum tempo, fiquei conversando com várias pessoas que conheci naquele instante. Eu contava de onde eu era natural e sobre meus planos futuros. Até que uma pessoa em especial nesse bate-papo chamou-me a atenção. Ela conta que tinha, também, o desejo em seguir uma carreira que envolvesse a Biologia. Por conta disso, fui conversar com ela em particular, e não como de costume, pelo bate-papo em grupo. Na conversa pessoal, a saudei e perguntei se ela gostaria, realmente, de seguir uma carreira que tivesse a Biologia como base.

- Sim, eu amo a Biologia! - ela respondeu com vários emojis na frase.

- Que bacana, também quero! - eu acrescentei.

Por um momento, pensei em compartilhar o ocorrido na noite anterior com meus pais. Mas, pensando melhor, optei por não fazer isso já que, rapidamente, eles poderiam descobrir a minha conversa armazenada no meu notebook.

Contudo, a conversa não parou por aí. Nós conversamos sobre vários assuntos e, principalmente, sobre biologia e suas diversas pautas.

À medida que a conversa aumentava, íamos trocando informações mais pessoais. A pessoa com quem eu conversava era Alícia Campos, uma garota natural de Montes Claros, uma cidade que tem, aproximadamente, 228 km de distância de Diamantina. Após a apresentação de Alícia, apresentei-me e disse que era de Diamantina.

Ela perguntava a veracidade da informação já que, em Diamantina, ela possuía diversos parentes e amigos.


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 Por Maria Eduarda Chantal Barroso, 3.20


Muito se discute acerca do Setembro Amarelo, um mês durante o ano em que nos juntamos para fazer campanhas de valorização à vida e contra o suicídio. Entretanto, sabemos que ajudar pessoas com depressão não é uma tarefa fácil, pois, se pararmos para analisar, nem nós mesmos valorizamos plenamente nossas vidas. Então, como dizer a alguém com depressão que ela deve valorizar mais a própria vida? Seria hipocrisia. 


A criadora de conteúdo digital, Marcela Montellato, recentemente postou um vídeo reflexivo sobre "quem são as pessoas que nos cercam?". No vídeo, ela aborda o tema usando seus vizinhos como exemplo, a fim de mostrar um novo ponto de vista sobre o mundo, onde somos os figurantes na vida dos nossos próprios figurantes. Esse vídeo viralizou e deixou a reflexão de que certas coisas, quando devidamente valorizadas )até mesmo as mais fúteis), podem ser transformadas em um vasto mundo de descobertas. 


O ser humano tem o costume de maximizar os problemas e minimizar as pequenas felicidades e, por isso, muitas pessoas não se sentem plenamente felizes. Quando valorizamos mínimas coisas, como um abraço, um bom-dia ou até mesmo um sorriso, nossa vida fica mais leve e os momentos ruins se tornam pequenos.


Valorizar a vida não é uma tarefa fácil e deve ser um exercício diário para nós. Entretanto precisamos ter uma visão mais pueril do mundo e enxergar beleza até nas coisas mais simples. Perder um pouco a visão adulta sobre certas coisas deixa a vida mais leve. Quando aprendermos a agir de tal maneira, estaremos prontos para ajudar outras pessoas a valorizarem a própria vida e o que realmente tem importância.


 Por Amanda de Campos Ferreira, 3.19


Viver não é sinônimo de sobreviver, porém um ponto em comum entre eles é o surgimento de problemas, que foram intensificados principalmente na pandemia do COVID-19, refletindo na saúde mental da população.


Sobreviver trata de práticas básicas do dia a dia, como, por exemplo, comer, trabalhar e dormir, disponibilizando pouco ou nenhum tempo para lazer e diversão. No entanto, viver trata-se de um hábito muito mais adequado, no qual valorizar pequenos momentos importantes é um dos focos, fazer novas descobertas, viver intensamente cada segundo, aliado à sobrevivência, que é essencial no dia a dia.


Porém, algo que assusta muitas pessoas é não saber a forma como lidar com seus problemas, e eles são inevitáveis tanto no "viver" como "sobreviver''. Benjamin Franklin, exprime que “viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença”. Uma observação importante é que uma das principais consequências desses problemas é a saúde mental afetada, intensificada principalmente pela pandemia do COVID-19. O estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social pode ser visto como um dos gatilhos para tal situação.


Observa-se que há uma necessidade de maior atenção a essas circunstâncias. Com isso, o ideal é que o governo incentive a realização de campanhas, palestras e debates sobre como a saúde mental do população foi afetada e como as pessoas podem valorizar suas vidas e, aliados às escolas, disponibilizar o espaço educativo para realização de exercícios físicos, roda de leitura, aulas de dança e atendimento com psicólogos. 


 Por Eduarda Veronica Faria Neto, 3.22



A vida é o nosso bem  mais precioso, portanto é necessário valorizá-la e falar sempre sobre ela. Mas sempre falar sobre a valorização da vida é falar de suicídio, por isso o assunto principal da redação será a beleza que há na vida. 


Às vezes é necessário lembrar do que nos faz feliz, das coisas que nos fazem sentir vivos e da maneira como enxergamos o  mundo. Muitas vezes o valor que a vida tem para cada um está diretamente ligado à forma como essa pessoa vê a vida e decide enfrentar os desafios.


Muitas vezes é difícil enxergar o valor que a vida tem e, consequentemente, darmos a ela esse valor. Seja por problemas pessoais, no trabalho ou escola, em relacionamentos familiares, profissionais ou amorosos. Mas sempre devem-se lembrar das coisas boas, por mínimas que sejam, para que possamos enfrentar as dificuldades. Uma nota boa, alguém especial, um sorriso que recebemos, um elogio, um agradecimento, um dia bonito, uma chuva tranquila, alguém da família, tudo isso não é motivo para se lembrar de valorizar a vida.


Concluímos que é necessário dar à vida o melhor sentido e, se a pessoa não conseguir sozinha, ela precisa procurar alguma ajuda; o que não pode é desistir, pois a vida é o nosso bem mais precioso.


 Por Samuel José Acerbi Firmino, 3.22


O mês de setembro traz consigo um tema muito importante e recorrente na sociedade, a valorização da vida. O problema é que muitas pessoas não sabem como valorizar a própria vida, visto que isso pode ser uma tarefa bastante complicada de se fazer, e não é igual a uma simples receita de bolo.


Valorizar a vida é muito mais do que não acabar com ela, mesmo que isso seja um importante passo no processo, e sim abrir os olhos e estar sempre atento aos detalhes que estão acontecendo, para assim conseguir aproveitar e ver a importância de cada momento, por mais breve que seja, na vida. É chegar a um estado em que a pessoa consiga colocar um sorriso no rosto a aproveitar cada momento em sua vida, simplesmente chegar a um estado de felicidade apenas por estar viva.


Valorizar a vida também não significa fugir da rotina ou estar sempre buscando emoções extremas para “sentir o coração bater“ e sim tomar consciência do que a pessoa é e do que ela tem, para ser grata por isso e lutar para que não se perca ou acabe. É lutar para alcançar um objetivo e não parar mesmo após a conquista, fazendo com que essa conquista exponha a luta que foi para alcançá-la, e não seja apenas uma felicidade momentânea.

Valorizar a vida não é um tema que pode ser generalizado, visto que cada ser tem seu próprio motivo para viver, então a maneira para alcançar a valorização parte da própria pessoa, que deve refletir profundamente sobre quais os motivos que fazem-na viver e ser feliz, para assim ser grata e lutar para manter o que ela já tem.



 Por Maria Clara Neto Baracho, 3.22



Desde o ano de 2015, acontece no Brasil uma campanha de prevenção ao suicidio e consequente valorização da vida. Tal campanha recebe o nome de Setembro Amarelo e foi criada devido ao grande número de suicídios no Brasil e no mundo. A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio ao redor do mundo, chegando a ser essa a segunda maior causa de morte. Mas será que o Setembro Amarelo tem surtido efeito? 


Segundo o psiquiatra Fernando Fernandes, há dois pilares para que haja prevenção ao suicidio. Primeiro, conhecer sobre os sofrimentos psíquicos, pois a depressão é o fator que mais leva uma pessoa a tirar a sua vida. Segundo, valorizar os vínculos interpessoais para que a pessoa que sofre tenha apoio e encontre ajuda.


Infelizmente não existem políticas públicas efetivas quando falamos de saúde mental. Encontrar ajuda de profissionais psiquiatras e psicólogos é muito difícil, já que esses são atendimentos precários ou quase inexistentes na saúde pública. Assim, o número de suicídios continua crescendo a cada ano.


Portanto, o trabalho de dar apoio emocional acaba sendo de todos nós. Devemos estar juntos um do outro, ouvir sem julgar, ter empatia, oferecer nosso apoio às pessoas que precisam. O mês de setembro passa, ele é só um marco de conscientização. O exercício para a valorização da vida deve ser feito no dia a dia em cada pequeno gesto de amor e empatia para com o próximo.


 Por Jonhnatan Felipe Rodrigues Moreira Dias, 3.22


A série de televisão “13 Reasons Why", produção americana transmitida pela plataforma Netflix, narra a história de Hannah Baker, uma adolescente que suicidou-se e, em fitas de áudio, esclareceu os motivos de seu ato. Fora da ficção, essa realidade perpetua-se por toda a sociedade brasileira, estando presente em todas as classes sociais, gêneros e faixas etárias, configurando um enorme problema para a população. Sob esse viés, ressalta-se a negligência estatal com relação à adoção de medidas preventivas e auxiliares, além de evidenciar os comportamentos sociais que induzem indivíduos a tirarem a própria vida.


Em primeiro lugar, ganha destaque a ausência de políticas eficazes que busquem previnir o suicídio e o quão superficial é a visibilidade que os órgãos públicos dão a isso, limitando-se a companhas pontuais. Nesse contexto, ao analisar a história, percebe-se como a discussão do assunto sempre foi deixada em segundo plano, conforme ocorrido no século XIX, no Ultrarromantismo, quando uma onda de suicídios de jovens assolou a Europa e sua causa foi totalmente atribuída à questão literária, apesar de essa apenas evidenciar os problemas da época. Paralelo a isso, na atualidade, percebe-se como os estigmas relacionados ao ato e como a ineficácia do sistema de saúde, muitas vezes incapaz de lidar com problemas psicológicos devido à infraestrutura, colaboram para o aumento das ocorrências.


Além disso, cabe salientar as suas inúmeras causas, e, que não ganham pauta suficiente propostas de intervenção. Nessa perspectiva, a sociólogo francês Émile Durkheim defende em sua teoria intitulada “O Suicidio” e abordada no livro de mesmo nome, de maneira mais generalizada, que todos os tipos de suicídio possuem fundamentos sociais e a sociedade é primária na tentativa de atingir uma situação de estabilidade. Diante disso, é importante agir no combate às situações que estimulam as pessoas a findarem a própria vida, como casos de preconceito em seus diversos aspectos, pressões estéticas impostas pela indústria midiática e de beleza e condições de anomia geradas pela dinâmica do mundo globalizado.


Com base nisso, infere-se que é necessário que o Governo Federal, setor responsável pela manutenção do bem-estar social, em conjunto com a mídia, crie projetos de auxílio social, os quais visem combater as causas do suicídio e ajudar indivíduos em situação de risco. Isso deve ser feito por meio de alta divulgação e aplicação, durante todo ano nos diversos âmbitos da sociedade, a fim de reduzir os elevados índices desse fenômeno e realçar a importância da vida.


 Por Kauaynni Longuinho da Silva, 3.21


Consoante o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, nos anos de 2010 a 2019, ocorreram, só no Brasil, 112. 230 mortes for suicídio e, caso pegássemos os dados estatísticos do mundo, os índices seriam bem mais elevados. Mesmo com campanhas, como o Setembro Amarelo, que é o mês dedicado à prevenção do suicídio, os índices ainda apontam um alto número. 


A verdade é que a maior parte da população só se lembra de "valorizar” a vida no mês de setembro, postando fotos de incentivo e motivação em redes sociais, mas as pessoas pensam que os seres humanos passam por problemas, tentam a suicídio ou se suicidam somente neste mês. Essa campanha é essencial, mas deveria ter a proposta discutida a todo momento, pois o suicídio é considerado a principal causa de morte em indivíduos de 15 a 29 anos no mundo todo.


Segundo a OMS, estudos mostraram que houve um agravo de 27,6% relação ao transtorno depressivo, tendo como motivo ansiedade, perda de emprego ou de entes queridos, transtorno bipolar, bullying, abuso de substâncias, redes sociais. São muitos os fatores que impactaram negativamente a vida de todos e que, até hoje, no pós-pandemia, continuam interferindo em nossas vidas, visto que muitas pessoas ficaram com sequelas físicas e mentais desse período de isolamento. 


O fato é que as pessoas deveriam valorizar o primeiro ponto dos direitos humanos, ou seja, valorizar o direito à vida e não achar que depressão e outros problemas são meramente “mi mi mi", preguiça, que daqui a pouco passa ou que estão chamando a atenção. Esse assunto não é somente para as famílias daqueles que tentaram o suicídio, pois é um dever de todos ajudar as pessoas que passam por problemas e, assim, diminuir os índices de suicídios no Brasil e no mundo.


A melhor solução é o debate dentro e fora das escolas, mais empatia e campanhas fornecidas pelo governo e as pessoas se atentarem mais àqueles com quem convivem, principalmente em relação àqueles que passaram ou estão passando por um momento delicado, sempre dialogando. Durkheim diz que “o suicídio é um ato de desespero de um individuo. Logo este indivíduo não quer mais viver, assim devemos analisar não só o indivíduo, mas também a sociedade”.


A Simplicidade do Admirar

 Leonardo Simplício Pereira da Silva, 3.21



A Simplicidade do Admirar


Durante a vida de uma pessoa, situações adversas podem fazê-la pensar em como leva sua vida e no sentido da mesma, colocando-a numa pergunta complexa e persistente: se deve desistir de tudo buscando uma opção que possa trazer alívio ou se esforçar para lutar contra seus medos e suas dores.


Muitos hoje, por quererem se livrar de uma dor incessante e angustiante, procuram o meio mais rápido, mas não menos doloroso de alívio, porém essa opção, embora aparentemente inofensiva, traz cada vez mais dor e sofrimento, principalmente àqueles que a rodeiam de forma imediata como familiares e amigos.



Mas o que de fato pode trazer alívio e valorizar a vida, dando significado à mesma? Muitas vezes essa resposta não está em grandes feitos ou condições boas de vida, mas sim naquilo que está omitido ao olhar, que passa despercebido, são as coisas simples, que quando valorizadas podem aliviar imensamente a dor de alguém. Olhar a pôr do sol, brincar com um cachorro amigável, comer uma comida predileta, deslumbrar de uma bela paisagem ou sentir o perfume de uma pequena flor são só alguns dos mais significativos e simples atos que uma pessoa pode fazer. Esses poderão ajudar a própria pessoa por si só a encontrar um caminho de cura me gratidão.


No entanto, o ambiente, em que vivemos hoje em sociedade, barulhento e agitado, prejudica muito a apreciação de coisas tão subestimadas, mas que podem ajudar de maneira interna e individual a buscar sentido na vida. Portanto cabe a cada um buscar ajuda e procurar a raiz de um problema grande, que pode ser resolvido de uma forma pequena. 


 Por Gabriela de Paula Lima, 3.21

Uma realidade muito distante da ficção, assim pode ser encarada essa longa e difícil caminhada em busca da preservação da vida, contra pensamentos suicidas. 


Em face do cenário atual, o número de suicídios no Brasil vem aumentando cada vez mais, o que de certa forma pode ter sido influenciado pela recente declaração de pandemia, a qual afastou ainda mais as pessoas e as tornou solitárias em suas casas, sem ao menos terem a chance de desabafar com alguém e se sentirem acolhidas, e não desamparadas.


A maioria das pessoas às quais são acometidas por essa má sensação passam por diversas situações, das mais variadas possíveis, indo desde uma depressão pós-parto, um desemprego, uma perda, até a questão da classe social. Um fato que não podemos negar é que o suicídio está presente na sociedade e não pode continuar passando “despercebido" e até muitas vezes ignorado.


É necessário ficar atento a qualquer sinal transmitido pelas pessoas, inclusive por nossos familiares, e sempre se disponibilizar a ajudar ao se identificar qualquer situação que incomode o outro e coloque em risco sua estabilidade vital. Propor medidas de valorização da vida é algo que vem sendo bastante usado pelo governo, mas ao que tudo indica, não tem gerado os resultados esperados. Então devem-se ressaltar mais as suas campanhas. Temos que cuidar tanto da saúde física quanto da mental, assim como enfatiza Hipócrates em sua frase "O homem saudável é aquele que possui um estado mental e físico em perfeito equilíbrio".


 Por Luiz Eduardo Martins Ribeiro, 3.21


No que tange à valorização da vida, é possível afirmar que o Brasil enfrenta problemas a serem superados, uma vez que esse fator interfere diretamente na sociedade brasileira. Dessa forma, é essencial analisar não só os cuidados com a saúde mental, mas também, aproveitar bons momentos em família, tal qual envolve essa temática no país. 


A priori, nota-se que os cuidados com a saúde mental são um grande passo para valorizar a vida humana. Outrossim, com o psicológico bem organizado e equilibrado, passamos a estender cuidados às pessoas que amamos. Além disso, com uma mente saudável sobra tempo para manutenção do corpo com a prática de atividades físicas. 


A posteriori, considera-se que aproveitar bons momentos em família é a valorização da própria vida. Assim, levando ao bem-estar e incontáveis benefícios para o convívio em sociedade. Ao passo que os momentos em conjunto familiar sempre serão a base de ótimos motivos para dar valor à vida. 


É imprescindível que, diante dos argumentos expostos, o ser humano promova paulatinamente atividades que estimulem o desenvolvimento mental e que pratique exercícios físicos para assim chegar ao equilíbrio entre corpo e mente. Sendo assim, com o escopo de que a valorização da vida seja alvo de todos para uma sociedade com menos sofrimento. 


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Suplantação - Capítulos VII e VIII

 Coluna

Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo VII - Climão

Ao voltar para a sala de estar, mamãe já não estava mais lá e, sim, na cozinha preparando o jantar. Permaneci na sala refletindo sobre o que aconteceu momentos antes. Eu sabia, há bastante tempo, que mamãe tinha uma personalidade forte e difícil de lidar, mas, aquela situação me atingiu de certa maneira. Eu estava sentindo um sentimento de censura ou proibição. Por conta disso, fiquei, um pouco, chateado e isso manteve-se por um tempo.

No jantar, mamãe comentava sobre o ocorrido com papai. O clima que, antes estava mais leve, piorou bastante.

- Por que fez isso, Miguel? - perguntou meu pai de forma séria.

- Papai, eu achei que poderia escolher o meu futuro já que todos os meus amigos escolhem os deles - respondia com uma voz de culpa.

- Miguel, entenda, a sua vida não é como a vida desregrada de seus amigos. Você deve obedecer a mim e a sua mãe, não importa a ocasião - dizia papai chamando a minha atenção.

- Mas, papai, o André..

- Silêncio! - aumentava o tom de voz - Não existe “mas” dentro desta casa, mas, sim, regras. E você, como um bom filho, deve segui-las - disse papai interrompendo-me.

Fiquei descontente ao escutar as ordens de papai, mas apenas assenti com a cabeça de forma positiva às falas dele.

Após terminar de comer, papai disse que era para eu ir para o meu quarto e continuar estudando matemática até a hora de dormir. Concordei com a cabeça e fui em direção ao meu quarto.



Capítulo VIII - O castigo

Indo para o quarto, comecei a refletir sobre o que ocorreu na sala de jantar: “Por que papai e mamãe são tão duros comigo?”, ia andando e refletindo. Ao atravessar a casa, cheguei ao meu quarto e peguei o material necessário para o estudo de matemática. Enquanto ia pegando, continuava a pensar. Após um tempo fazendo os exercícios, papai foi conferir se eu estava cumprindo a ordem dada por ele. Passaram-se horas até a hora de dormir, até que papai foi ao meu quarto dizer que já bastava o estudo.


- Vamos, guarde todo esse material e já para a cama – ele ordenou.


- Tudo bem, papai – eu obedeci.


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Suplantação

Coluna

Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo III - A chegada

Após 20 anos, em 2001, a mamãe deu à luz o seu primeiro e único filho: Miguel Coimbra Guimarães, ou melhor, eu. A minha chegada foi um tanto perturbada e problemática. No parto, mamãe sofreu uma hemorragia e, por pouco, não morreu. Papai conta que foi uma das piores cenas de sua vida.

– De repente, aparelhos começaram a apitar e todos, presentes naquela sala, apavoraram-se e me retiraram da sala de cirurgia. Mas, antes de eu sair, consegui perceber uma quantidade significativa de sangue espalhando-se pela maca. Era uma cena horrível! – papai contou.

O processo demorou mais que o normal por conta do ocorrido. Contudo, a chegada, após momentos de apavoro, foi o marco para o fim daquela situação.


Capítulo IV - A infância

Desde a minha infância, fui muito educado e sutil, mas sempre fui muito comunicativo e chamava a atenção de todos os meus ouvintes - essa habilidade incomodava mamãe.


Quando adquiri idade suficiente para ir sozinho aos mercados de meu bairro - algo em torno dos 10 anos de idade -, destacava-me entre as pessoas por conta do meu carisma e da educação que possuía.

- Ele é um menino muito bom e “educadinho”! - diziam os vizinhos e pessoas que conheciam, às vezes de vista, a minha família.


Sempre que eu ia ao mercado, os vizinhos perguntavam sobre minha mãe.


- Está bem - respondia eu.


- Que continue assim! - diziam alguns tentando prosseguir com o diálogo.


Mamãe sempre dizia para nunca dar confiança aos vizinhos e jamais falar muito sobre a nossa família ou, muito menos, nossos costumes. Eu não entendia o motivo da ordem, mas a mamãe dizia que não era para entender, mas, sim, para obedecer.


Aos poucos, eu ia sendo elogiado pela vizinhança e isso, novamente, incomodava mamãe.


Capítulo V - A adolescência


Já com 16 anos, eu tinha uma mente mais evoluída e, principalmente, pensativa. Pegava-me, às vezes, pensando na minha futura carreira e discutia sobre o assunto com mamãe.


- Acho que gostaria de trabalhar com algo voltado para a Biologia ou Química - dizia para mamãe - O que você acha, mamãe? - eu perguntei.


- Querido, qual é o nosso combinado? – mamãe perguntou.


- Nunca ir contra às vontades da senhora - respondi abatido e mencionando uma das regras mais importantes de nossa casa.


- Exato. Por conta disso, você, como bom filho, deverá atender ao pedido de sua querida mãe tornando-se um excelente engenheiro - ela disse com uma voz autoritária.


Obviamente eu não queria cursar Engenharia, não pela complicação da Matemática, mas sim, pelo meu desejo pela Biologia. Aquela situação mexeu bastante comigo, “isso é abuso de autoridade“ eu pensava. Mas, como regra principal em nossa casa, eu não poderia desrespeitar mamãe - já que a opinião, dentro de nossa casa, era, muitas vezes, considerada, em um certo nível, como um desrespeito - e muito menos ir contra as vontades dela. Antes de sair da sala de estar, eu assenti com a cabeça e me retirei de lá.


Após sair do ambiente, fui em direção à varanda de nossa casa que fica na área frontal de nossa casa.


Capítulo VI - Um amigo

Ao chegar na varanda e ficar a observar toda a vizinhança do bairro onde morava, avistei um amigo da escola passando na rua com expressões de felicidade.


Antes de contar sobre a conversa com meu amigo, é importante ressaltar que, todos os alunos da escola onde eu estava matriculado - Escola Estadual Júlia Kubitschek - era período de férias escolares. Por isso, eu não conversava com aquele amigo há semanas e estava empolgado para cumprimentá-lo e perguntá-lo sobre o motivo de sua felicidade.


- André! Como está? - cumprimentei animado.


- Estou muito feliz, querido Miguel! - exclamava ele bastante feliz.


- Qual o motivo dessa felicidade toda, querido amigo? perguntava curioso.


- O time, do qual sou um dos jogadores, ganhou o campeonato municipal!


- Parabéns, André! - respondia eu desejando-lhe felicidades - Bom, então vá curtir sua vitória, não quero tomar seu tempo - disse a André encerrando a conversa.


André, então, retirou-se e, logo à frente, juntou-se com alguns amigos que o receberam com muita alegria.

Não era novidade que André praticava bastante exercício físico e que jogava em um time de futebol. Mas, a vitória do campeonato me surpreendeu, já que era a primeira vez que aquilo ocorreu.