Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: agosto 2022

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Suplantação

Coluna

Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


Capítulo III - A chegada

Após 20 anos, em 2001, a mamãe deu à luz o seu primeiro e único filho: Miguel Coimbra Guimarães, ou melhor, eu. A minha chegada foi um tanto perturbada e problemática. No parto, mamãe sofreu uma hemorragia e, por pouco, não morreu. Papai conta que foi uma das piores cenas de sua vida.

– De repente, aparelhos começaram a apitar e todos, presentes naquela sala, apavoraram-se e me retiraram da sala de cirurgia. Mas, antes de eu sair, consegui perceber uma quantidade significativa de sangue espalhando-se pela maca. Era uma cena horrível! – papai contou.

O processo demorou mais que o normal por conta do ocorrido. Contudo, a chegada, após momentos de apavoro, foi o marco para o fim daquela situação.


Capítulo IV - A infância

Desde a minha infância, fui muito educado e sutil, mas sempre fui muito comunicativo e chamava a atenção de todos os meus ouvintes - essa habilidade incomodava mamãe.


Quando adquiri idade suficiente para ir sozinho aos mercados de meu bairro - algo em torno dos 10 anos de idade -, destacava-me entre as pessoas por conta do meu carisma e da educação que possuía.

- Ele é um menino muito bom e “educadinho”! - diziam os vizinhos e pessoas que conheciam, às vezes de vista, a minha família.


Sempre que eu ia ao mercado, os vizinhos perguntavam sobre minha mãe.


- Está bem - respondia eu.


- Que continue assim! - diziam alguns tentando prosseguir com o diálogo.


Mamãe sempre dizia para nunca dar confiança aos vizinhos e jamais falar muito sobre a nossa família ou, muito menos, nossos costumes. Eu não entendia o motivo da ordem, mas a mamãe dizia que não era para entender, mas, sim, para obedecer.


Aos poucos, eu ia sendo elogiado pela vizinhança e isso, novamente, incomodava mamãe.


Capítulo V - A adolescência


Já com 16 anos, eu tinha uma mente mais evoluída e, principalmente, pensativa. Pegava-me, às vezes, pensando na minha futura carreira e discutia sobre o assunto com mamãe.


- Acho que gostaria de trabalhar com algo voltado para a Biologia ou Química - dizia para mamãe - O que você acha, mamãe? - eu perguntei.


- Querido, qual é o nosso combinado? – mamãe perguntou.


- Nunca ir contra às vontades da senhora - respondi abatido e mencionando uma das regras mais importantes de nossa casa.


- Exato. Por conta disso, você, como bom filho, deverá atender ao pedido de sua querida mãe tornando-se um excelente engenheiro - ela disse com uma voz autoritária.


Obviamente eu não queria cursar Engenharia, não pela complicação da Matemática, mas sim, pelo meu desejo pela Biologia. Aquela situação mexeu bastante comigo, “isso é abuso de autoridade“ eu pensava. Mas, como regra principal em nossa casa, eu não poderia desrespeitar mamãe - já que a opinião, dentro de nossa casa, era, muitas vezes, considerada, em um certo nível, como um desrespeito - e muito menos ir contra as vontades dela. Antes de sair da sala de estar, eu assenti com a cabeça e me retirei de lá.


Após sair do ambiente, fui em direção à varanda de nossa casa que fica na área frontal de nossa casa.


Capítulo VI - Um amigo

Ao chegar na varanda e ficar a observar toda a vizinhança do bairro onde morava, avistei um amigo da escola passando na rua com expressões de felicidade.


Antes de contar sobre a conversa com meu amigo, é importante ressaltar que, todos os alunos da escola onde eu estava matriculado - Escola Estadual Júlia Kubitschek - era período de férias escolares. Por isso, eu não conversava com aquele amigo há semanas e estava empolgado para cumprimentá-lo e perguntá-lo sobre o motivo de sua felicidade.


- André! Como está? - cumprimentei animado.


- Estou muito feliz, querido Miguel! - exclamava ele bastante feliz.


- Qual o motivo dessa felicidade toda, querido amigo? perguntava curioso.


- O time, do qual sou um dos jogadores, ganhou o campeonato municipal!


- Parabéns, André! - respondia eu desejando-lhe felicidades - Bom, então vá curtir sua vitória, não quero tomar seu tempo - disse a André encerrando a conversa.


André, então, retirou-se e, logo à frente, juntou-se com alguns amigos que o receberam com muita alegria.

Não era novidade que André praticava bastante exercício físico e que jogava em um time de futebol. Mas, a vitória do campeonato me surpreendeu, já que era a primeira vez que aquilo ocorreu.


terça-feira, 16 de agosto de 2022

Insociável

                                                                                                                     Por Mateus Rodrigues da Silva, 2.11


Insociável

Às vezes, eu olho à minha volta e vejo diversas pessoas conversando, se abraçando e até mesmo se beijando - e não, não é um beijo na bochecha significando um cumprimento. Depois de olhar para essa diversidade de pessoas, eu olho para mim e percebo: não gosto de beijos, abraços excessivos e muito menos de uma proximidade física.


Com isso, vou percebendo que, cada vez mais, afasto-me das pessoas, torno-me uma pessoa que raramente é manipulada e que não sigo algumas tendências adolescentes. Percebo, também, que não gosto de infantilidade e, muito menos, de pessoas que falam demais. Aos poucos, eu vou criando minhas próprias regras para um relacionamento amigável e, mais rigorosas, para um relacionamento amoroso.


De forma resumida, estou me tornando menos sociável, presente e carinhoso. É algo que não consigo explicar, mas isso está, cada vez mais, presente em minha vida. Percebo que estou distante das pessoas e dos meus amigos - mas eles, pequena minoria, me entendem e conseguem conviver comigo diante desse problema que, como alguns dizem, é insignificante e que vão me amar/gostar de mim da mesma forma.


EAD: ensino de ajuda ou preocupação?

                                                                                                                 Por Kauaynni Longuinho da Silva, 3.21


EAD: ensino de ajuda ou  preocupação?

Sabemos que com a pandemia todas as escolas tiveram que mudar seu modo de ensino. O EAD passou a ser nosso único meio para ensino, surgindo como válvula de escape". Para muitos, ele ajudou bastante, pois com as funções dos aplicativos fornecidos para o ensino à distância, muitos professores e alunos conseguiram acessar muitas ferramentas. Para uma parcela, isso  prejudicou, devido ao contato indireto com com os professores, visto que não estamos acostumados, mas para a maioria, o EAD surgiu como “se não fosse o EAD, eu não teria passado”, pois os mesmos se  acomodaram a utilizar a internet para encontrar as respostas. 


Muitos alunos se adaptaram ao conforto do ensino à distância, mas agora no  pós-pandemia, as escolas voltaram às suas atividades presenciais e o que muitos alunos temem é a chamada “bomba". Não é de se espantar que houve uma grande defasagem com o ensino aplicado à distância. Com o retorno, todos os envolvidos na área de Educação buscam a melhor forma de ajudar os estudantes nesta passagem de ensino remoto ao presencial, seja voltando em alguns tópicos ou com aulas de reforço, pois todos entendemos que existe uma grande diferença de um ensino para o outro. Com o fim da pandemia, os caminhos para a Educação tiveram que ser alterados, tiveram que ser criados grandes “planos de meta” para suprir a todos os alunos. É claro que cada um vai absorver de maneira diferente todo o conteúdo aplicado, mas ao contrário do EAD, as defasagens presenciais aconteceram em menor escala.


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Coluna Suplantação - Ao leitor, Prefácio, Capítulos I e II

 

Coluna

Suplantação

Mateus Rodrigues, aluno do 2º do E.M., natural de Barbacena-MG,  foi matriculado no Henrique Diniz no ano de 2017, cursando o 6º ano do E.F. II. Sempre morou  em Barbacena e, por conta disso, conhece, de forma moderada, a cidade.

Começou a escrever para o Tribuna Estudantil durante o 1º ano do E.M., em 2021, e, aos poucos, foi desenvolvendo sua habilidade na escrita. Com isso, começou a explorar novos caminhos, criando narrativas.


   

Ao leitor


Caro leitor, caso não goste de uma narrativa um tanto real e impactante, peço-lhe que desista da leitura. Nesta narrativa, você vai encontrar diversos aspectos presentes em nossa sociedade que precisam ser superados e exterminados. 

Além disso, a história é baseada em conversas com amigos próximos e observações que eu, autor, fiz ao flagrar alguns dos episódios que estarão aqui presentes.


Prefácio


Após viver o que você lerá na narrativa eu, o personagem principal da história, estou com as sensações de ter libertado-me de uma sociedade vilã. Você perceberá que nem sempre tudo o que você imagina acontece da forma como você planeja ou pensa. 

No caso, minha mãe, D. Maria Isabel Coimbra Guimarães, e meu pai, Francisco Coimbra Guimarães, pressupunham que tudo aquilo que faziam sairia da forma planejada e harmoniosa. Contudo, um contratempo ocorre e, aos poucos, muda totalmente o destino e os objetivos de cada personagem.

Capítulo I - Dona Maria Isabel


Minha mãe era uma mulher de bem. Ela, desde a infância, tinha seus objetivos em mente e era chamada de máquina, já que fazia tudo com mínimos erros e problemas. Era uma garota que sabia o que queria e como queria. Aos seus 12 anos, mamãe, como chamo carinhosamente, já tinha suas próprias economias e rendas. Ela dizia que não queria sofrer grandes problemas financeiros em sua vida e, por conta disso, guardava e economizava o máximo de dinheiro possível. Mamãe, assim como eu e papai, é natural de Diamantina, em Minas Gerais. Na cidade, ela saía pouco e não gostava de muito contato pessoal. Sua mãe dizia-lhe, às vezes, que era para ela se divertir e sair um pouco, pois a vizinhança já comentava a sua personalidade que era um tanto reclusa.

- O que devo para eles, minha mãe? - perguntou.

- Nada, minha filha - vovó Olívia respondeu - Mas por que diz isso?

- Digo isso pelo simples fato de não dever nenhuma quantia em dinheiro e, muito menos, alguma satisfação para alguém de nossa vizinhança - mamãe respondeu de forma seca e arrogante.

Vovó, Olívia Guimarães, dizia para mim que sua filha, minha mãe, era um tanto estranha e malcriada. Tinha a mania de responder de forma curta e a mais seca possível.


Capítulo II - Senhor Francisco


Já meu pai era um pouco, bem pouco, simpático. Também tinha traços da personalidade de minha mãe. Era um pouco recluso e não gostava de sair com frequência. Papai conta que, em sua adolescência, era um garoto extremamente bonito e atraente, mas conta que se casou com a mamãe por sua personalidade e modo de viver  - que era bem similar ao dele. Quando mamãe e papai completaram os seus 17 anos de idade, casaram-se e conseguiram comprar, juntando as economias, uma casa com, na época, oito cômodos. Após a compra, mudaram-se e deram início ao casamento a sós.


Como você enxerga sua vida?

                                                                                                                         Por Mateus Rodrigues, 2.11


Como você enxerga sua vida?

Como você enxerga a sua vida? Monótona? Alegre? Feliz? Simpática?


A verdade é que todos nós temos visões diferentes sobre vidas diferentes. Quando fala-se de um homem rico, pensa-se em uma vida de conforto. Quando fala-se em uma mulher de posses, pensa-se em conquista. Quando fala-se em estudos e conquista de diversos méritos por meio de um grande esforço, pensa-se em dedicação. 


As pessoas, muitas vezes, têm várias visões sobre a vida alheia e sobre diversas questões. Porém, quando os olhos do questionamento voltam para elas, o silêncio toma conta do espaço e as dúvidas, sobre si mesmas, também. A verdade é que as pessoas estão, em grande parte do tempo, preparadas para falar e avaliar a vida do próximo. Mas, quando a pergunta é sobre a vida pessoal delas, a dúvida preenche o vazio que, por muito tempo, o silêncio deixou.


Essa “visão alheia” pode ser comparada, de forma mínima, com, possivelmente, a fofoca. Sempre olha-se para o outro, sempre fala-se do outro, sempre avalia-se o outro. Entretanto, quando o foco é o “avaliador”, a história muda e a resposta, em grande parte das vezes, é: sobre a minha vida? é uma vida comum. 


Essa resposta é irônica, pois as pessoas, ao falarem do outro, sempre querem uma riqueza de detalhes dos acontecimentos. Mas, quando o foco são os “juízes”, tem-se outra regra. Logo, são dois pesos e duas medidas sobre um mesmo assunto.


Prisão psicológica

 Por Mateus Rodrigues, 2.11


Prisão psicológica


Já teve a sensação de estar longe de alguém? Ou melhor, de estar conversando com alguém, mas perceber que não há assunto ou existe o famoso “silêncio constrangedor"?


Uma das situações que mais me incomoda é estar conversando ou sair com alguém e, 

de forma repentina, um silêncio ou uma sensação de distância surgir. Para essas situações, infelizmente, é deixar a pessoa ir. Soltá-la, deixá-la e observá-la distantemente curtindo aquilo que não teve oportunidade de aproveitar comigo.


Não querendo piorar a situação, mas a pior coisa que você pode fazer diante de uma situação como essa é querer segurar a pessoa e tentar forçar algo que, muitas vezes, nem existe.


Um recado de amigo: nesses casos, solte a pessoa, deixe-a voar nos ventos da liberdade e liberte-a dessa "prisão psicológica”. É melhor, muito melhor, você sentir uma dor breve do que sentir a dor de que você a persegue.


Vai doer, mas vai ser o melhor a se fazer.