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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 Por Jonhnatan Felipe Rodrigues Moreira Dias, 3.22


A série de televisão “13 Reasons Why", produção americana transmitida pela plataforma Netflix, narra a história de Hannah Baker, uma adolescente que suicidou-se e, em fitas de áudio, esclareceu os motivos de seu ato. Fora da ficção, essa realidade perpetua-se por toda a sociedade brasileira, estando presente em todas as classes sociais, gêneros e faixas etárias, configurando um enorme problema para a população. Sob esse viés, ressalta-se a negligência estatal com relação à adoção de medidas preventivas e auxiliares, além de evidenciar os comportamentos sociais que induzem indivíduos a tirarem a própria vida.


Em primeiro lugar, ganha destaque a ausência de políticas eficazes que busquem previnir o suicídio e o quão superficial é a visibilidade que os órgãos públicos dão a isso, limitando-se a companhas pontuais. Nesse contexto, ao analisar a história, percebe-se como a discussão do assunto sempre foi deixada em segundo plano, conforme ocorrido no século XIX, no Ultrarromantismo, quando uma onda de suicídios de jovens assolou a Europa e sua causa foi totalmente atribuída à questão literária, apesar de essa apenas evidenciar os problemas da época. Paralelo a isso, na atualidade, percebe-se como os estigmas relacionados ao ato e como a ineficácia do sistema de saúde, muitas vezes incapaz de lidar com problemas psicológicos devido à infraestrutura, colaboram para o aumento das ocorrências.


Além disso, cabe salientar as suas inúmeras causas, e, que não ganham pauta suficiente propostas de intervenção. Nessa perspectiva, a sociólogo francês Émile Durkheim defende em sua teoria intitulada “O Suicidio” e abordada no livro de mesmo nome, de maneira mais generalizada, que todos os tipos de suicídio possuem fundamentos sociais e a sociedade é primária na tentativa de atingir uma situação de estabilidade. Diante disso, é importante agir no combate às situações que estimulam as pessoas a findarem a própria vida, como casos de preconceito em seus diversos aspectos, pressões estéticas impostas pela indústria midiática e de beleza e condições de anomia geradas pela dinâmica do mundo globalizado.


Com base nisso, infere-se que é necessário que o Governo Federal, setor responsável pela manutenção do bem-estar social, em conjunto com a mídia, crie projetos de auxílio social, os quais visem combater as causas do suicídio e ajudar indivíduos em situação de risco. Isso deve ser feito por meio de alta divulgação e aplicação, durante todo ano nos diversos âmbitos da sociedade, a fim de reduzir os elevados índices desse fenômeno e realçar a importância da vida.


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