Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: 05/03/17

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Parágrafo refletindo sobre a necessidade de o ser humano viver com menos pressa e mais atenção ao que realmente importa em sua vida

POR JÚLIA MARIA MENDES OLIVEIRA, 2.4

Às vezes, queremos tanto algo sem mesmo saber se é realmente importante e necessário e, pior, queremos em determinado momento, esquecendo-nos que há uma hora certa para tudo. Devemos saber esperar e ter mais atenção, porque, além de afetar a nossa saúde e o nosso emocional, pode prejudicar os nossos planos também. As coisas não acontecem no momento em que queremos, acontecem no momento adequado e temos que ser maduros o suficiente para compreender e aceitar isso.

Lembranças

POR KETLEN CRISTINA DA SILVA, 2.4

Eu poderia ficar aqui parada, imóvel nesse balanço só para poder admirar a natureza com toda a sua beleza. As árvores ao meu redor me transmitem uma paz interior em que o silêncio resgata em minha mente os meus sonhos mais profundos, a minha paixão mais antiga, a saudade de algo que já foi e que agora não é mais.
Sem dúvida, eu quero viver, viver livremente, sentir a brisa do vento e ter a certeza de que, acima de tudo, eu prometo ser feliz, e que, ao acordar todas as manhãs, vou me lembrar de mim balançando naquele balanço.

Um triste fim

POR IZABELA L.

Narrativa baseada no poema de Manoel Bandeira “Poema tirado de uma notícia de jornal”

João Gostoso era um homem esforçado e trabalhador, era um ótimo filho, marido e pai. Acordava todos os dias às quatro horas da manhã para ir trabalhar como carregador na feira livre. Com seu salário, mal podia pagar as contas e colocar um prato de comida à mesa. Fazia parte de sua rotina parar em frente ao seu barracão no morro da Babilônia e pensar em uma casa boa e confortável, a SUA casa boa e confortável, mas sempre alguém o arrastava de volta a sua sofrida realidade.
João nunca quis preocupar sua família, chegava mais cedo ao trabalho e era o último a sair. Tudo isso para ganhar “um extra” na esperança de fechar o mês, o que era raridade. Chegando em casa, não demonstrava o seu cansaço, colocava um sorriso no rosto ao passar pela porta da frente. A família nem imaginava o que estava por vir.
Em uma certa noite, João voltava do trabalho, com as mesmas dores e mesmo devaneios. Mas havia algo de diferente naquela noite. Mesmo depois de anos passando pelo mesmo caminho, andando reto e olhando os paralelepípedos da rua, não se sabe o que desviou sua atenção. Pela primeira vez em anos, percebeu que naquela rua, tão familiar, havia um bar, o Vinte de Novembro, resolveu parar e beber um pouco, mas ele não viu a hora passar. O cansaço e a tristeza deram lugar ao canto e à dança. Como saber o que se passa na cabeça de alguém embriagado? Se jogou na Lagoa Rodrigo de Freitas e nunca mais voltou para casa.

O milagre

POR DANIELA CRISTINA MADEIRA MOREIRA, 2.4

Olá! Meu nome é Ana, encontro-me há cinco meses participando do Grupo Grávidas em Superação (GGDS) e contarei a vocês a parte mais importante da minha vida.
Hoje me encontro com 30 anos de idade, sou casada e me formei na faculdade que sempre sonhei, fui criada por uma família humilde, em um lar onde meus pais prezavam por respeito, gratidão e amor. Formei-me em pediatria, optei por tal curso devido ao amor por crianças, sempre existente em mim, e a enorme vontade de ajudá-las juntamente com a frustração de não ter condições para isso. Tinha por objetivo me formar e poder fornecer aos meus pais o que eles sempre mereceram, mas de que abriram mão para investir em meu futuro e de meus irmãos; logo após, casar-me com o homem que me apoiou em toda minha trajetória e formar uma família.
Tudo corria como planejado: estudei, tenho um bom trabalho, mesmo contra suas negações (para conservar meu dinheiro), tive o casamento dos meus sonhos e com meu cúmplice construí nossa casa e conquistei tudo que tenho hoje. Foi tudo maravilhoso, como planejado, até, após várias tentativas de engravidar e não conseguir, procurar o médico a fim de saber o que estava ocorrendo. Após alguns exames, recebi a notícia que me chocou e, sem dúvidas, mudou minha vida sem que eu hesitasse: sou estéril. Convivi com isso durante 30 anos, fiz planos, sonhei sem saber que eles não se concretizariam. Entrei em uma depressão profunda, busquei ajuda e fui afastada do trabalho. Doía cada vez que me pegava observando famílias completas, revoltei-me e passei por um extenso período árduo.
Durante dois anos, lutei contra essa grande barreira imposta em minha vida e consegui controlar-me. Enfrento os pequenos períodos ruins do dia a dia com facilidade e não me deixo abater com esse fato. Porém, por mais que eu lute, a esperança em mim morre; a cada imprevisto, eu consulto o teste de gravidez e não obtenho o resultado desejado. Não obterei.
Dois anos se passaram, 730 dias de frustrações e os mistos momentos de conformidade e revolta, a loucura dos testes diminuíram. Faz três dias que ando tendo dores, falta de apetite, atraso e tonturas, porém as esperanças acabaram. Durante esses dias, luto contra a vontade de correr até a farmácia, porém no quinto dia, quando abro a gaveta do guarda-roupa a fim de encontrar meu termômetro, acho junto a ele um último teste. Não consegui me conter: deu positivo! Depois disso, apago. Acordo no hospital e o médico é o primeiro rosto que vejo. Ele confirma a gravidez e acrescenta ser um milagre.
Os sete primeiros meses de gestação foram acompanhados de extrema alegria, ansiedade e preparos para a chegada de Laura, nossa princesa.
Corria tudo bem até o dia em que fui acordada por um sangramento contínuo. Meu marido imediatamente me levou ao médico. Havia algum erro com a nossa bebê. Ouvi palavras como “retirada” e “sete dias”. Eu não podia deixar, ela fazia parte de mim, não podia aceitar... Quando voltei ao estado normal, fui explicada sobre o que estava acontecendo e, acompanhada de muito choro, consegui entender a tragédia. Minha filha estava com problemas, não resistiria e, juntamente com sua vida, se encontrava a minha em alto risco. Tive direito a sete dias para me decidir, sete dias difíceis, e eu optei por lutar por ela, pelo ser que então em mim habitava e era a razão de toda a minha felicidade. Tenho ciência de que seria em vão, que morreríamos, mas estava disposta a lutar por ela até o fim.
Foram dois meses de muita dor, eles disseram que era suicídio, mas consegui forças de onde não tinha. Foram dois dias, sessenta dias acrescentados à vida e tirados de nós duas, estávamos morrendo, eu tentei, juro que tentei...
Chegou o dia de partir, de provar o meu amor pela minha criança. Sobre a mesa de cirurgia, aplicaram-me alguns medicamentos que não consegui identificar. Era muito barulho, vultos e mais vultos. Eu estava feliz e a escuridão caiu sobre meus olhos. Morri? Não. Acordei sem saber o porquê de ter acordado, ouvi um choro, uma mocinha, era minha filha, minha bebê.
Hoje, ela completa seis meses, não desenvolverá a fala e não tem controle sobre seus movimentos. Ela é linda, perfeita aos meus olhos. Hoje, faz seis meses que obtive a melhor escolha da minha vida.

Arte

D.C.

Arte

Mateus Yoshiro Marteleto Nomia, 1.13


Arte

Marcos Túlio Piva da Silva, 3.2


Arte

Jhenyffer Luyse Ferrão Silva, 9.2