Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: 08/10/20

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Lagartixa

 

Por Vitória Maria Gava, 3.9

 

Lagartixa

 

As pálpebras relutantes querem se fechar

O corpo quer dormir

A boca, já seca, quer falar

Não há ninguém para ouvir

Ultimamente tenho me pegado sonhando acordada

Pensando nas coisas que poderíamos ser

É longe demais pra eu ir

É o lugar que eu mais quero chegar

Eu pareço a minha gata

Após comer, beber, dormir, ela avista uma lagartixa no teto

Mia

Estica as patas na parede

Tenta alcançar

Se contorce

Sobe nos móveis

Por que quer tanto a lagartixa se tem o suficiente, e até mais?

Um lugar confortável pra descansar

Comida o bastante para comer

Água o suficiente para tomar

Mas ela arranha as paredes

Mia

Eu tento deitá-la no meu peito

Mas ela acorda durante a noite

Olha para o ser que habita o céu do quarto

Distante

A lagartixa lhe interrompe o sono

Ela mia outra vez

Eu pareço a minha gata

Tenho de tudo

Mas ainda quero a lagartixa...

Éter

 

Por André Lucas Antunes Dias, 3.9

 

Éter


 

Conversa de éter pra éter:

Heterônimos antônimos

Espaço circular, espaço a expandir-se

Omni, meu cônjuge, decidiste?

És pedra, és mar, és etílico?

És impaciente toda vez que da festa me abdico?!

Éter pra éter, parece em vão, pura confusão

Éter pra éter, dois universos em colisão

Éter pra éter: começa a pairar o foguete em combustão

Éter pra éter: épocas passam como se de um segundo fosse apenas fração

Olhar de soslaio de ambos ao senhor de mil nomes

Mil éteres, mil exames, mil autópsias e títulos infames

Da colisão dois universos se fundem

Anulam e criam matéria em incertezas que pairam numa nuvem

É omni em pura perfeição, pura contradição

É guerra e aperto de mão

Carrega planetas livres de bandeiras de espécies em extinção

Cada um com vida fora de harmonia que se harmoniza na não coerção

No olhar perspectivo que exatamente por isso preza pela subjetivação

Omni é multiverso não localizado, sem designação

Que fica em constante colisão e criação

Conversa pelo tempo para a permanência do espaço

Do espaço para o tempo

 

Poemas soltos – parte 2

 

Por Priscila Rebeca Siqueira, 3.11

 

Poemas soltos – parte 2

 

Suspiro.

O fôlego se esvaía dos pulmões

O coração saltava feito pássaro saindo do ninho

Poderiam ser constelações

Eram as digitais percorrendo o melhor dos caminhos

 

 

Adrenalina.

 

Tudo acontecia

Queria que durasse horas

Mas o ponteiro não dormia...