Numa bela e rica fazenda morava a família Almeida, cujo pai tinha dois filhos.
Ali, com eles, também residia a empregada que fora ama de leite de um dos filhos de Almeida.
Sinhá Helena era o nome da empregada, que também tinha uma bela filha, Anabela. Ela tinha esse nome devido a sua formosura.
Sinhá Helena criara a filha com muito zelo. Apesar de a mãe ser uma escrava liberta, a filha teve estudo na fazenda com os filhos dos outros empregados.
Anabela ajudava nos afazeres domésticos, mas tinha educação que a fazia ser admirada pelo filho caçula, muito mulherengo, que vivia a espreitando. Não resistia à doçura, ao encanto da humilde negra e, volta e meia, o caçula ouvia histórias que fora amamentado por Helena, mãe de Anabela.
Mas o caçula, quando perto de Anabela, sentia algo que o fazia largar as outras pelas quais ficava rodeado na piscina, para conversar com ela.
- Anabela, sempre bela.
- Boa tarde, senhor, aqui está seu suco.
Anabela sempre desviava dos olhos do senhorzinho, como o chamava.
Com o filho mais velho, Anabela conversava, tinha nele muita confiança, pois sempre a tratava com respeito e não ficava fazendo graça como o outro, que se enciumou da amizade de Anabela com o irmão.
Anabela era pura e casta, isso causava certo desejo em Bruno, o filho caçula da família Almeida.
Todas as vezes que vinha com graça, ela se afastava:
- Sou filha de família, senhor.
- Eu sei disso, mas todas as mulheres com quem eu estive não chegam a seus pés.
Neste momento chega Fernando, irmão de Bruno.
- O que meu irmão queria?
- Nada, senhor, apenas brincadeiras, como sempre.
Entre tantas conversas, ela se aproximava cada vez mais de Fernando e eles tiveram que lutar para poderem viver um amor sem preconceitos.
Sueli Rodrigues Pereira, EJA3A