Por Layne de Freitas Castro, 3.9
A(s)
flor(es) daquele dia
Sob o alvorecer, na caminhada
daquele dia.
Com estas mãos eu peguei uma
flor.
Eu roubei uma vida, com uma culpa
tardia.
Eu me senti como uma leve brisa,
jogada a um atormentador.
O lírio tão claro assim como a
pureza que o havia abraçado.
Sua brancura vinha da neve que
estava a cair.
Se enegreceu sob este céu que
havia lhe dado tanto cuidado.
'Este lírio negro é um presente
dos céus para ti.'
A rosa que levava as cores do sol
e a suavidade de suas pétalas.
Mesmo que seja uma flor tão bela
e de tamanho esplendor.
Com tantos espinhos não se pode
tocar nela.
O rubro que a cobriu anuncia um
sentimento ainda maior: a dor.
A Lavanda por que a púrpura se
apaixonou e a graça cuidara.
'Com uma voz trêmula, ouça minhas
súplicas a atendê-las.'
Como se dissesse com uma essência
enlouquecedora.
A cor que já vem preenchendo a
noite, irá de todas realizá-las
A flor daquele dia não tinha nome
nem essência.
Suas pétalas anunciavam a efêmera
brevidade da vida.
Com as cores que só as estrelas
conheciam
Aquela flor nunca havia sido
criada por Deus, ainda.
Desejei naquele dia, com um pesar
Que todas as realidades se
encontrassem em um pequeno instante.
Assim talvez eu pudesse não ter
tomado tantas vidas ou dissipar.
E nem teria as visto partir tão
brevemente.