Não Apague a Luz que Carrega
Há pessoas que foram transformadas de dentro pra fora. Não por doutrina, não por discurso bonito, mas por um encontro real com a verdade. O transformado pelo Evangelho carrega marcas invisíveis que o mundo não entende. E, justamente por isso, não pode mais viver se escondendo.
Não fomos alcançados pela graça para nos camuflar numa multidão que se molda ao momento. Quem foi transformado carrega algo eterno — e o eterno não se acomoda. O eterno se levanta.
Mesmo que seja difícil.
Mesmo que o ambiente feche a cara.
Mesmo que zombem, virem os olhos, tentem calar sua voz ou deturpar sua fé.
O transformado não responde com ódio. Mas também não se cala com medo. Porque a luz que carrega dentro foi feita pra brilhar — e não pra ser escondida.
Esse é um chamado pra quem conhece esse fogo por dentro. Não abaixe a cabeça quando o mundo levantar a voz. Não engavete sua convicção só porque ela incomoda. Não apague o que Deus acendeu em você.
Se posicione. Firme, mas em amor. Corajoso, mas com mansidão. Forte, mesmo com lágrimas nos olhos. Porque alguém precisa dessa luz que você tem — e talvez nem saiba.
E se você não me conhece, se pensa diferente, se não vive o que eu vivo… eu te peço: não zombe, só observe. Porque essa chama que arde aqui… talvez um dia te aqueça também.
Por muito tempo, tentei me esconder. Não foi fácil admitir isso, mas é a verdade. O mundo, os amigos, os colegas, até mesmo pessoas que eu achava que estariam do meu lado, tantas vezes tentaram calar a voz que Deus plantou em mim desde criança. Foram tantas tentativas de me fazer silenciar, me fazer duvidar do que eu sentia, do que eu sabia no íntimo do meu ser.
O medo me dominou por muito tempo. Medo de ser julgada, de ser rejeitada, de parecer “diferente demais”. Medo de expor àquilo que é mais verdadeiro dentro de mim. Mas no fundo, algo dentro nunca desistiu de clamar por liberdade. Uma semente que Jesus plantou cedo, lá no começo da minha história, quando eu ainda nem compreendia direito o que era fé, mas já sentia Seu toque suave e real.
Ele me alcançou ainda criança, em um momento simples, quase invisível para o mundo, mas que para mim foi tudo. Desde então, Jesus tem sido o fio invisível que me puxa para frente, mesmo quando tudo parece querer me afundar. Quando os problemas se amontoaram, quando os buracos da vida ameaçaram me engolir, eu segurei nas promessas d’Ele.
“Quando passares pelas águas, estarei contigo; e quando pelos rios, eles não te submergirão” (Isaías 43:2). Eu vivi essa palavra. Vi o impossível se tornar possível porque não estive sozinha. Em noites longas, quando o silêncio era meu único companheiro, eu senti a presença d’Ele me dando forças para continuar.
Foram muitas batalhas internas e externas, momentos em que parecia que tudo ao redor conspirava contra mim. Mas cada obstáculo me moldou, cada luta me ensinou que a fé não é ausência de dificuldades, mas a certeza de que não importa o tamanho do problema, há um Deus maior que luta ao meu lado.
Hoje, escolho não me esconder mais. Porque fui chamada para um propósito maior do que muitos conseguem compreender agora. Um propósito que vai além do que eu mesma posso entender plenamente, mas que pulsa forte em meu coração e me faz seguir firme, mesmo quando o mundo não entende, mesmo quando a voz contrária tenta me calar.
Eu me posiciono, não por orgulho, mas por amor — amor à verdade que me salvou e que quer alcançar outros também. Não tenho medo. A coragem que hoje habita em mim é fruto de todas as vezes que duvidei, chorei, e mesmo assim decidi levantar. Porque a luz que carrego não foi feita para ficar escondida.
“Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de um alqueire, mas no velador, para que ilumine a todos os que estão na casa” (Mateus 5:15). Eu sou essa lâmpada. E estou aqui para brilhar.
Que essa palavra alcance não só aqueles que compartilham da minha fé, mas todos que buscam força para se levantarem, para se posicionarem diante dos seus próprios medos. Que sirva como um lembrete: não importa quantas vezes tentem nos calar, a voz da verdade nunca pode ser abafada.