Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: 03/21/25

sexta-feira, 21 de março de 2025

Night Charm

 Por Night Charm

Night Charm


A noite desliza sobre a terra com passos inaudíveis, uma guardiã serena dos que ousam contemplá-la. Ela não exige pressa, nem se curva à urgência do mundo, pois sabe que a beleza não se impõe, apenas se revela.

As estrelas cintilam como promessas ancestrais, e o vento, eterno confidente, carrega segredos de tempos que não conhecemos, de vidas que não vivemos. Há um pacto entre a escuridão e os que sabem ouvir, um sussurro que não ecoa, mas ressoa na alma desperta.

A noite não é ausência, mas plenitude. É a hora dos pensamentos soltos, dos sonhos incertos, das perguntas que não ousamos fazer sob a luz do dia. Ela não impõe certezas, apenas sugere caminhos, um convite velado para quem tem coragem de buscá-los.

No ventre do breu, germina a essência do que ainda não é. A noite abraça os que duvidam, os que esperam, os que sentem. Ali, no silêncio denso e infinito, renascem esperanças, e o tempo, em sua dança invisível, apaga rastros de medo.

Sob seu manto estrelado, há espaço para os que anseiam, para os que enxergam além das sombras e encontram beleza na quietude do firmamento. Ela não se oferece a olhos inquietos, apenas àqueles que sabem esperar sua revelação.

E assim, entre a incerteza e o encanto, a noite se torna um refúgio sublime, um espelho da imensidão que carregamos dentro de nós, um segredo que só os atentos podem desvendar.


Ipê

 Por Whityequotes

Ipê


A perfeição esculpida, produto de pura evolução e exemplo de autossuficiência, ao olho artístico a foto perfeita, uma bela árvore que cresceu só, em uma bela colina, impondo sua coroa de galhos como uma rainha de décadas vividas. A liberdade lhe deu espaço para crescer, para então admirar do alto um lindo jardim. 

O termo antes dito, que ela cresceu "só", agora é ressignificado, ela tinha suas belas folhas amarelas, ou melhor, seu grande reino para dividir uma bela paisagem. O apego veio com os anos, não diferente das outras, mas uma das folhas se destacava de alguma forma, a forma como elas se entendiam era significativa, natureza com natureza, cada vez mais bela. 

Durante um grande temporal de ideias, a pequena folha se desprende, para então deixar de desfrutar apenas da vista e ir em busca de realmente pertencer a algo muito maior, levada pelo vento mais gentil de sua própria vontade, a árvore já tão apegada na recém perdida folha se perde em desolação, tristeza e questionamento: Por que ela se foi? Logo ela. 

Em poucos dias seu tronco perde a cor, ela deixa de se importar com as demais folhas, que logo secam, pelo forte apego a apenas uma... Do que adianta ver o mundo sem tocá-lo, sem senti-lo, sem realmente pertencer a ele, ter raízes fixas que não te permitem voar como uma pluma? Em poucos dias a árvore perece, de pura saudade, e aos seus pés cai suavemente sua querida folha, que vinha esperançosa com tantas histórias para partilhar.