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segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Renascimento do Parto - Documentário


O Renascimento do Parto - Documentário


O primeiro momento do documentário trata do relato de Carol Lobo, que conta a experiência do parto “Cesariana” na sua primeira gestação. Segundo o médico, a criança teve de ser retirada com 38 semanas e dois dias, pois estava com uma "circular de cordão", que é basicamente o cordão umbilical envolto ao pescoço. Três anos se passaram e Carol engravidou novamente, então, resolveu mostrar a sua filha como os bebês nasciam através do vídeo do parto, mas, no decorrer do vídeo, ela se choca com o tratamento que recebia durante o ato cirúrgico, notando que ambas recebiam procedimentos muito invasivos.
Com essa história, é inserido no documentário um tema pouco discutido, porém muito importante: A violência obstétrica. Segundo Michel Odent, obstetra francês, a evolução do parto fez com que fosse deixado pra trás o conceito do "coquetel do amor", que é a mistura de hormônios passados da mãe para o bebê no momento do nascimento. Hoje em dia esses hormônios são induzidos de forma sintética, ou pior, nem são "ativados". 
Ricardo Jones, obstetra brasileiro, afirma que a entrada da figura masculina no cenário do parto, alterou totalmente a forma de abordá-lo. Além de passar a ser um ato cirúrgico ao invés de fisiológico, o controle fica inteiramente nas mãos dos médicos, o que faz com que mulheres e bebês sejam colocados em risco. No Brasil, 52% dos partos são cesarianas, por trás dessa estatística existe uma lógica cultural e econômica. Para os médicos, é muito mais viável e lucrativo ter algo marcado do que incerto. 
Segundo Melania Amorim, médica obstetra, a maioria dos médicos induzem mulheres através de falácias e mitos, fazendo assim elas optarem por esse procedimento invasivo. Alguns mitos são comuns, tal como a circular de cordão. O bebê respira através do próprio cordão umbilical e da placenta, portanto é impossível morrer enforcado, pois ele só respirará normalmente quando o cordão for cortado. Outro mito comum é falar que a mulher não entrou em trabalho de parto sendo que, até a quadragésima segunda semana, todas entram. A questão é que muitos médicos não esperam a dilatação acontecer e já partem para a cesariana. 
Apesar de a cesariana salvar muitas vidas, não deveria ser tão frequente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cesariana é responsável pelos elevados níveis de prematuridade, internação e problemas respiratórios; além disso, causa altos níveis de mortalidade e hemorragias durante o parto.
O Nascimento humano foi moldado, criando a ideia de que mulheres não são capazes de ter filhos da maneira natural, assim, impregnando tabus na sociedade. A violência obstétrica constitui uma grave violação a autonomia das mulheres, ferindo os direitos humanos. Por isso, é importante que não somente as mães sejam conscientizadas, mas também nós adolescentes e jovens, pois traremos ao mundo a nova geração.

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