Meu nome é Andrew Thomas. Sou um advogado criminalista. O caso que vou relatar comprova, como disse alguém cujo nome não recordo, que a verdade é mais estranha que a ficção por que não é obrigada a obedecer ao possível.
Estou aqui para provar que meu cliente, Baldwin, é apenas uma vítima das circunstâncias. Não é crime estar no lugar errado, na hora errada.
Vou contra o que aconteceu realmente. Só que peço que não me interrompa, pois o fato que vou narrar é bem complicado.
Tudo acontecer num bar que costuma ser muito mal frequentado por bandidos de todos os cantos. Um lugar sujo e tenebroso. Só de pensar em ir a tal lugar já me dá náusea.
Meu cliente tinha acabado de sair do trabalho. Eram umas dez horas da noite. E, como de costume, ele sempre passava em frente a esse bar para cortar caminho. Uma tolice, em minha opinião, mas isso não vem ao caso. Foi quando ele estava exatamente em frente ao bar que um homem bêbado e fedorento saiu pela porta empurrado e deu um soco em Baldwin. Ambos foram ao chão. Com a queda, meu cliente torceu o tornozelo. Já com o bêbado, foi pior. Ao cair, ele bateu muito fortemente com a cabeça e veio a falecer, com o diagnóstico de traumatismo craniano, Então, esse foi o fato ocorrido, meritíssimo. E, como pode ver, meu cliente é inocente da acusação de assassinato. Agora peço que faça o julgamento.
Certo, advogado, essa história foi bem convincente, mas eu pesquisei sobre o seu cliente e descobri uma coisa que contradiz tudo que você disse ter acontecido.
O que é, meritíssimo?
O nome do bar em questão é “Baldwin’s Bar”. E o diagnóstico que o legista fez em seu cliente mostra que o pé torcido foi causado por um chute bem forte a ponto de botar um homem porta a fora.
Eu o declaro culpado!
Anderson de Oliveira Silva, 3.14
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