Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: Carta de despedida

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Carta de despedida

“O Ninguém de Nunca Mais, estado de desistência quer saudar e desejar boa sorte”

Caro amigo, deixo-te tudo o que me restou espiritualmente: inveja, luxúria, gula, mentira, pessimismo, racismo, feiúra, angústia, mágoa, vingança... Enfim, tem muito mais, e acho pouco, humildemente, para oferecer-lhe.

Deixo para ti tudo aquilo que não pude compartilhar com outro, pois tu eras o único que compartilhava comigo momentos de solidão (que eram bem frequentes e ousados). Tu eras um companheiro sem rosto, mas eu sentia o seu coração. Peço-te: não se esqueça dos nossos momentos!

Quando eu não tinha ninguém com quem conversar, tu aparecias e dava-me conselhos... Ah! Já ia esquecendo de agradecer-te, pois o melhor conselho que me deste foi esta último:

“A luta é muito grande e a vitória é sangrenta. Se tu queres vencer sem lutar, ao menos uma vez não lute; antes de começar, desista. Essa é garantida! Tu não terás muito o que perder quando estiver ganhando. Tu não perderás nada que já não tenha. Entretanto, cuidado! Arrependimento e desistência não podem unir-se, senão o seu caminho tornar-se-á tortuoso”.

Muito obrigado mesmo! Segui cada palavra que me disseste. Depois disso, tornei-me outra pessoa. Não queria entrar em detalhes, mas como já deves ter compreendido, esta carta é uma carta de despedida. Despeço-me para todo o sempre de ti e não se esqueça de rasgá-la. Como só tu e mais ninguém me conheceu ou me enxergou. Queria e quero que continue assim. Mas quero reconhecimentos.

Espero que se lembre do que lhe dei, mas esqueça-me! Que pena né? Mas agora é definitivo. Despeço-me de ti, caro amigo, e desejo-lhe tudo, até o que não quer...

Eu fugi, finalmente, da claridade. Adeus, amigo.


Carla Sheyesllen Ribeiro Alves, 2A

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