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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Lembranças


Sarah Lourdes, 1.1

Lembranças


F
alar do passado é falar de lembranças, boas ou ruins. Elas fazem parte da nossa história, são tantas lembranças, e cada uma delas nos ajudam a construir a nossa história. Nem sei por onde começar as minhas lembranças... Por onde começar? Claro, da minha infância. Bom, maior parte da minha infância foi em Alfredo Vasconcelos. Praticamente me mudei pra lá ainda era bebê, foi lá que eu cresci, tive as melhores lembranças e as piores. Mudei pra lá tinha 8 meses, mas não me recordo disso. Lembro das brincadeiras na rua com os meus amigos, ficávamos até tarde da noite na rua brincando. Bola, pique esconde, soltando pipa. Como lá não tinha muitas meninas fiz muita amizade com meninos, e um deles é o Victor ele era meu melhor amigo, brincávamos de tudo e brigávamos. Nos dois somos filhos únicos então ele era como um irmão para mim. Se pudesse voltar nesse tempo, nessas lembranças boas, que saudade da minha cidade. Mas como nem tudo são flores, existem as lembranças ruins... Foi em Alfredo Vasconcelos que eu perdi a pessoa mais importante da minha vida: meu pai. Eu era muito nova quando aconteceu, tinha 5 anos mas me lembro bem. Éramos muito grudados, ele era tudo pra mim! Lembro das vezes que eu e ele "fugíamos" da minha mãe, íamos para cachoeira. Lembro de quando ele começou a me ensinar a nadar, da vez que eu quase me afoguei. Mas quando eu tinha 5 anos perdi isso tudo. Aos meus 4 anos meu pai foi diagnosticado com câncer no intestino, já estava num estágio bem avanço. Um ano depois eu o perdi... Eu era muito novinha não entendia bem, mas lembro da vez em que fui visitar ele no hospital. E tenho a minha última lembrança dele, foi no meu aniversário de 5 anos ele já estava muito doente, o médico já tinha falado para minha mãe que era só mais um mês. Minha mãe não queria que a minha última lembrança dele fosse em um hospital, então, ela organizou uma festa de 5 aninhos pra mim. Não gosto muito de ver as fotos da festa, meu pai já estava muito magro, muito doente. Não é esta lembrança que eu quero ter dele, quero lembrar daquele cara sempre com o sorriso no rosto, brincando comigo. Mas continuando, no dia 30 de maio de 2008 eu perdi o meu papai, o meu herói. Tenho a lembrança como se fosse ontem minha mãe chegando sem ele, parece que eu já estava sentido no meu coração. Perguntei para ela: "cadê o meu papai?" E ela me disse: "Seu papai virou uma estrelinha no céu". No dia do velório dele eu não estava entendo bem, então fiquei com o meu melhor amigo. Já no dia do enterro, minha mãe achou melhor eu não ir, lembro que fiquei com o meu padrinho e chorava, falava: "eu quero o meu papai, deixa eu vê ele". Como a cidade é pequena, todo mundo sabia do ocorrido. A minha antiga diretora, minha querida Tia Imaculada foi até minha casa, me deu muito apoio. Lembro de uma vez estava na escola e ouvi as minhas coleguinhas comentando "O pai dela morreu". Vou parar por aqui, porque já estou chorando. Só tenho a dizer que a vida é assim, cheia de lembranças boas ou ruins. Mas são elas que constroem a nossa história.

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