Rafaela Damasceno, 1.5
Biografia
A
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casa do meu avô foi o bem material que escolhi
para desenvolver o trabalho. Embora ele já esteja falecido, tanto sua presença
quanto sua casa foram e são coisas marcantes para minha família.
Bem, a procedência dos meus
familiares é algo meio complicado; há alguns mais velhos que dizem que um dos
meus bisavôs foi adotado, entretanto, nunca comprovamos. Enfim, meu avô veio de
uma “roça” próxima a Barbacena, chamada Peixoto. Ele e minha avó se casaram e
tiveram o primeiro filho por lá. Depois de um tempo, vieram para Barbacena,
onde tiveram os outros filhos, incluindo o meu pai. Toda vez que tocamos nesse
assunto com minha avó, ela relata que foi uma fase dura, muitos filhos,
dificuldade financeira, pressão de alguns familiares e outros problemas típicos
dessa época.
Diante de tudo isso, meu avo
começou a consertar automóveis, e alguns dos meus parentes dizem que ele era
muito inteligente, conseguia rapidamente aprender novas técnicas e o
funcionamento de peças diferentes. Assim ele foi, aos poucos, melhorando a casa
pequena que tinha construído com a ajuda da minha avó. Na casa há, até hoje, o
quarto em que ele guardava suas ferramentas.
Minha avó o traiu, saiu de casa
e, a partir daí, ele criou os cinco filhos, com sua oficina improvisada e até
hoje é conhecido no bairro por causa disso. Chegou a se casar de novo e teve
mais uma filha. Mas, dentre todos os filhos, o único que continuou no ramo
mecânico foi o meu pai.
Desde que ele faleceu, este ano
foi primeira vez que a casa ficou vazia, pois alguns dos meus tios moravam lá
até então. É por conta desta história que essa casa representa muito para mim;
representa o quanto meu avo batalhou para cuidar dos filhos, representa a
profissão que o meu pai herdou e me mantém através dela, representa o lar. E me
lembra que, mesmo que meus planos deem errado, e nada vá como eu tenho
planejado, eu tenho um lar, pois alguém antes de mim batalhou para que não me
faltasse lugar.
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