Por Vitória Maria Gava Ferreira, 1.2
A
qualquer picotador de almas
P
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erdi meu dom de falar, aquele entusiasmo por
que tanto zelava. Com raiva, amor e ironia, te dedico esta humilde carta. E se
pudesse dizer, te contava, por que há tempos fiquei com medo de olhar as
estrelas. E como eu queria te escrever mil versos de amor, te representar em cem
cores de aquarela, te entregar o broto da rosa, o coração da mais pura e
singela, mas não! Minha indecisão! A pressão e sua opinião fazem cada vez mais
cair pétala por pétala da flor de que nem restaram pétalas. Cortarei essas
páginas... corações de papel. Se o caderno não acabar, meu destino será o céu.
Me poupe, meu amor. A vida não me deu opção e, se faltar amor, não falta
inspiração.
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