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terça-feira, 15 de março de 2016

O homem nu

POR DAVID ANTÔNIO SANTOS DE SOUZA, 2.6


“Drim, drim, drim”. O homem sonolentamente levanta após ouvir o despertador. Como de praxe, foi ao banheiro, escovou os dentes e voltou ao quarto para se uniformizar para o trabalho.
Prestes a sair do apartamento, ouviu o telefone tocar e foi correndo atender. Ao telefone, seu superior gritava impaciente, sem ao menos dar a oportunidade para que ele se explicasse. Funcionário de uma loja de tevês, ele era o encarregado de fazer a cobrança domiciliar pelas tevês compradas pelos clientes. Ele sempre foi um funcionário dedicado, porém, na última quinzena não obteve sucesso ao realizar a cobrança, pois os clientes nunca estavam em casa quando ele chegava.
Para não perder a credibilidade, ele tinha que concretizar o serviço confiado a ele dessa vez. O cliente do qual teria de cobrar morava a apenas um quarteirão de seu apartamento, então, ele decidiu ir logo cedo fazer a cobrança, para que tivesse mais chances de sucesso.
Chegando ao apartamento do cliente, foi checar à portaria para saber em qual andar ele residia. Após receber a informação do atendente, foi direto em direção ao elevador. Porém o indicador do mesmo parecia estar travado e aparecia a mensagem “Emergência: Parar.”. Logo, ele se viu preocupado, pois poderia chegar tarde demais no apartamento do cliente, caso esperasse o elevador funcionar. Então, resolveu subir as escadas. Chegando ao final das escadas, já no andar do cliente, depara-se com a empregada fazendo a limpeza. Furiosa, ela imediatamente aborda-o e faz com que ele desça, pois o piso ainda estava úmido e ele poderia se acidentar.
Então, o homem, já impaciente, resolveu descer as escadas e se dirigir em direção ao elevador, para verificar se já estava liberado. Por sorte, o elevador já havia sido liberado e o homem aperta os botões para se dirigir ao apartamento do cliente. No meio do caminho, o elevador travou, a porta se abriu e uma funcionária apareceu em sua frente dizendo que não subir, pois havia um homem nu no andar superior. Sem dar atenção para o que a mulher disse, ele começou a subir as escadas cautelosamente, temendo encontrar o indivíduo e, mais ainda, se deparar com a empregada. 
Chegando ao andar do cliente, ele foi, de imediato, bater à sua porta. Já suando frio, com medo de que não houvesse ninguém no apartamento, começou a pensar em uma desculpa para dar para seu chefe. Porém, de repente, a porta se abriu a sua frente e dela saiu o cliente, com uma expressão de surpresa e alívio.

Texto baseado na obra O homem nu, de Fernando Sabino.

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