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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Nos olhos de uma borboleta: O retrato de Lauriel

Por Andreza Cristina Siqueira Coelho – 3.2


Quando entrei naquela simples casa, senti uma energia diferente. Aquele lar era constituído por pessoas humildes, que queriam viver e amar como qualquer outro ser do planeta. Era ambientado por oito indivíduos: Marta, a mulher guerreira e batalhadora que liderava a casa e seus sete filhos; Gerald, o menino que gostaria de ser super-herói; Luiza, a garotinha com os pequeninos olhos azuis; as gêmeas Carla e Maria; Joseph, o estudioso; Mauro, o filho mais rebelde, que às vezes tinha até vergonha da família; e a menina que já conhecemos, Lauriel.

Fui passeando pelos cômodos que, aliás, não eram muitos e encontrei no único quarto da casa a mãe lendo para os filhos depois de um dia cansativo. Enquanto ela lia o segundo capítulo de A Bela e a Fera, Lauriel pensava se deveria fazer aquela pergunta à mãe e logo tomou coragem e perguntou a ela:

- Mãe, o que a gente faz com algo de que gostamos muito?

- Nós devemos guardá-los na mente e no coração como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida - Disse sua mãe.

E foi isso que Lauriel fez ao avistar sua primeira borboleta, tornando-se assim uma colecionadora “nata” dali por diante.

A minha última visita foi na sala de estar, onde me deparei com grandes olhos castanhos e um sorriso radiante numa moldura perfeita, com tons em preto e dourado: era o retrato de Lauriel, que retratava muito bem sua personalidade. A coragem dela estava estampada nas mãos cuidadosas ao segurar o galho de uma árvore, sua visão estava avistando o horizonte, mostrando sua característica de sonhadora, e seu sorriso só resumia a felicidade que sua família estava vivenciando naquele momento.

Porém, eu já sabia como esta história iria acabar. Dias depois da minha visita à casa de Lauriel, uma coisa terrível aconteceu: sua família faleceu em um incêndio arrebatador. E tanto o retrato de Lauriel quanto o seu sorriso seriam difíceis de ser vistos daqui pra frente.

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