Há vários dias uma chuva monstruosa caía na Inglaterra, com trovões e relâmpagos. Era por volta das 22 horas e eu estava sentado em minha poltrona. O único som que se ouvia era o barulho da chuva que descia pelo telhado. Em poucos minutos de silêncio, ouço um barulho vindo lá de fora, no jardim, vindo em direção à porta. Os passos se aproximaram e a maçaneta da porta começou a se abrir. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, senti um medo horripilante e me escondi atrás da cortina de minha mansão.
A medida que a porta se abria, o medo aumentava a cada segundo. Vi um vulto de capa preta por trás de minha cortina de seda francesa branca. Os pingos de água escorriam da roupa molhada. Viu-me por trás da cortina. Com os olhos surpresos, fitava-me com um olhar sombrio; absorvia tudo e não devolvia nada. Sua pele era de uma palidez inexplicável.
Ao se aproximar, percebi que seu rosto parecia ser de outro mundo, suas feições eram como as de um cavaleiro do século XVIII. Havia algo em sua boca em que, quando a luz dos raios batia, arrepiava. Suas presas eram grandes - um vampiro talvez - aproximando-se.
Resolvi sair de trás da cortina e encará-lo. Ele se aproximava lentamente e seguro de si, agarrando meu braço com uma força que não parecia a de um ser humano. Senti seus lábios serrarem meu pescoço como o gelo do Ártico. Tentei gritar, mas o barulho dos trovões abafaram. Minha tentativa foi frustrante. Estava me rendendo. Mordia-me por todos os lugares. A dor não existia. Apenas um sentimento de entrega. Quando estava quase desmaiando, ouço um barulho de um despertador.
Então, desperto e olho ao meu redor. Não havia nada. Havia apenas passado por um pesadelo, só que olho para o meu pulso e vejo as marcas das presas de um vampiro...
¹ Com a colaboração de Patrícia Nunes de Carvalho
Laila Patrícia de Souza, 3.14
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