Verão. Uma linda tarde, um sol brilhante, um calor escaldante. Uma tarde dessas em que realmente sentimos a forte presença de Deus, tamanha perfeição da natureza.
Para completar, toda essa beleza, Deus resolveu mandar para a Terra um anjo. Não um anjo tradicional com asas e cabelos encaracolados, mas um anjo com a forma de um homem.
Temendo perder seu anjo para esse mundo maluco, Deus deu a ele todos os órgãos de um homem perfeito e saudável, exceto o coração. Ele tinha um coração extremamente frágil.
Esse anjo homem (ou homem-anjo) tinha a função de levar alegria, ternura, paz, serenidade, afeto e amor a todos que cruzassem seu caminho. Era um ser capaz de ser doce quando deveria ser duro, ser um irmão quando precisava ser um amigo, ser um anjo quando precisava ser apenas homem.
Cada vez que Deus percebia que poderia perder seu anjo para o egoísmo, a mentira, a raiva, o rancor, fazia com que seu frágil coração parasse de bater. Agindo assim, ele protegia seu anjo e fazia com que as pessoas que estivessem ao seu lado percebessem o quanto era importante e bom ter a presença daquele homem anjo em suas vidas. Assim o fez por três vezes. Entre uma parada e outra de seu coração o anjo fazia com que todas as pessoas ao seu redor se tornassem pessoas melhores e muito felizes, descobrindo o verdadeiro significado da palavra amizade.
Até que eu uma tarde fria de inverno, o coração do anjo parou de bater novamente, e dessa vez Deus achou que a missão de seu anjo estava cumprida e por isso não fez nada para que aquele frágil coração voltasse a bater. Assim o anjo deixou a Terra e voltou para junto do Criador, mas voltou feliz por ter conseguido em tão pouco tempo deixar tantos amigos, e amigos verdadeiros.
As pessoas que tiveram o privilégio de conviver com esse anjo hoje sofrem. Estão tristes e sentem muito a sua falta. Mas certamente são pessoas melhores e abençoadas por terem convivido, mesmo que por pouco tempo, com esse anjo homem, ou homem anjo.
Homenagem a um anjo amigo
Meirimar Aparecida Bianchetti, 3C
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