Rivalidade
Feminina - Um passado angustiante que diz nos detalhes “Eu existi”
Olá, querido(a) leitor(a)! Hoje
nós vamos falar um pouquinho sobre a relação entre mulheres nos dias de hoje. É
muito comum ouvirmos e vermos brigas e inimizades entre mulheres. Com certeza
você conhece ou ao menos ouviu falar de uma menina que não gosta da outra por
simplesmente motivo nenhum! E quando se trata de amizades homogêneas, homens e
mulheres divergem tanto que esse tratamento cai inclusive em muitos memes na
internet que geralmente são mulheres se tratando bem, mas por trás há mentira e
desconfiança, e os homens se zoando, mas no meme aparecem como “amigos de
verdade” por trás da suposta brincadeira.
A rivalidade feminina é tão forte em nossa sociedade que acontece das
mães de meninas ensinarem para as filhas desde pequenas que mulher é “cobra”,
que em mulher não se confia, que é para as garotas manterem uma certa distância
da coleguinha, para não se prejudicaram, inclusive eu, Vitória Gava, já
presenciei o caso de uma adolescente fingir estar namorando um menino para
poder ir no cinema - a mãe da garota não deixava ela sair de casa com as amigas
que a menina conhecia há 6 anos, mas podia sair com um menino que conhecera há
um mês. (Leitores, vocês não acham isso, no mínimo, estranho?). Por que uma
criança é alertada por alguém para não confiar nas coleguinhas? E, mais
importante, porque somente nas “coleguinhas” e não nos coleguinhas? Se alguém
vai ensinar sobre confiança a outra pessoa, que ensine direito! “Não confie em
estranhos, não aceite comida deles. Não deixe ninguém tocar suas partes íntimas!
Não acredite em tudo que ouvir, algumas pessoas mentem. Tome cuidado! Não conte
seus segredos a qualquer um.” Mas por que alguém faz questão de destacar
desconfiança em um certo grupo de pessoas sem nenhum motivo?
O assunto é complexo e merecedor de grande atenção, então, primeiro,
vamos entender um pouco como isso tudo começou. A competição entre mulheres
teve início quando a mulher era desfavorecida de méritos políticos, econômicos
e intelectuais. Os homens tinham uma vida comum, por assim dizer, mas as
mulheres eram proibidas e desencorajadas de ter a mesma participação na
sociedade. O “papel” da mulher neste período era procurar por um bom homem,
casar-se e ter filhos com ele, além de ter que cuidar das crianças e fazer os
serviços domésticos. Falando sobre esse assunto, hodiernamente, a vida da
mulher tempos atrás não parecia ser muito animadora, mas é importante que você,
caro leitor, se imagine naquela época, para que possa entender melhor.
Lembre-se de que o mundo anos atrás não
possuía tanto conhecimento, quase todas as coisas eram explicadas com histórias
sobre magia, deuses, espíritos, então, por exemplo, quando uma mulher se
casava, mas não conseguia ter filhos, diziam que Deus estava castigando-a por
algum pecado. Na época, a sociedade era bem mais religiosa, tudo que fugisse do
comum daquela época era considerado sujo, deplorável, um verdadeiro castigo
divino.
As mulheres tinham o dever de se casar e constituir uma grande família.
Se quisessem ser respeitadas, o primeiro
passo era buscar um marido e, para isso, tinham que se destacar das demais.
Quanto mais mal falada as outras pretendentes eram, melhor. Após começarem a
amar um homem (quando os casamentos não eram arranjados), as mulheres deviam
conceber filhos; por um motivo religioso, biológico, social e por não haver
tantos métodos contraceptivos, as mulheres tinham muitos, muitos filhos (só
isso, com certeza, já ocupava bastante tempo delas). Pensa que acabou? Não.
Ainda tinham que cuidar da casa (e não havia máquina de lavar, ferro elétrico,
fogão a gás, aspirador etc). Talvez você esteja se perguntando, mas por que as
mulheres sucumbiam a isso? Elas simplesmente não tinham outra escolha, a
sociedade era assim, as mulheres não podiam estudar nem trabalhar, nem votar,
nada! E essa sociedade perpetuava até
pouco tempo atrás, até a ciência chegar e provar que mulheres e homens, por
incrível que pareça, são da mesma espécie. E, para mais uma surpresa dos
homens, temos a mesma capacidade cognitiva. Essa sociedade se prolongou até descobrirmos
que o fato de alguém não conseguir ter filhos não é um castigo divino e pode
ser explicado logicamente. Durou até nos darmos conta de que muitas coisas não
faziam sentido, eram apenas cretinices espalhadas por aí sei lá por quem, e é
por isto que a sociedade pode mudar e ainda vai mudar muito! Porque tem uma
mulher digitando cada palavra neste texto, uma mulher que observou alguns
comportamentos estranhos e disse “Opa, peraí, isto aqui não tá legal, não; o
que vocês acham? vamos mudar?”.
Se ainda existe algum cético leitor correndo os olhos neste texto, eu
tenho apenas duas coisas a lhe dizer: a primeira é que você é dos meus!; e a
segunda coisa é que certo tempo atrás eu li um livro que me surpreendeu,
inclusive no prefácio. O livro coleciona a biografia de várias mulheres e seu
nome é bem autoexplicativo: “Mulheres que ganharam o Prêmio Nobel em Ciências -
suas vidas, lutas e notáveis descobertas”. Algumas coisas que me chamaram a
atenção nesse livro é que praticamente todas as mulheres tiveram dificuldade
para estudar porque naquela época a mulher era quase proibida de fazer
faculdade, ser professora. Mulheres do século XIX e XX. Sabe? Não está tão
longe assim! As mulheres desse livro são um grito, um grito que ecoa a seguinte
frase “Se não tivéssemos sido tão reprimidas, talvez o mundo estivesse melhor”.
As mulheres desse livro são uma exceção, eu as saúdo não só por serem
inteligentíssimas e notáveis em seus respectivos ramos, mas também pela coragem
que tiveram para estudar quando não podiam estudar, para ensinar quando não
podiam ensinar, pela coragem que tiveram de se levantarem, sozinhas, em meio à
multidão de homens, e lhes ensinar uma lição não só científica, mas social e
moral.
Mulheres, devemos nos unir, deixar essas cretinices criadas por outros,
e pensar por nós mesmas. Competimos por tanto tempo, nos calamos durante tanto
tempo e agora que podemos finalmente dizer “que loucura tudo isso!”, vamos nos
minimizar a ter conversas ásperas de corredor? Nós somos mais que isso, nós devemos
ser a mudança que queremos ver no mundo! E que o mundo mude para melhor… Um
melhor pra todos!
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