Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: Rivalidade Feminina - Um passado angustiante que diz nos detalhes “Eu existi”

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Rivalidade Feminina - Um passado angustiante que diz nos detalhes “Eu existi”

 

Rivalidade Feminina - Um passado angustiante que diz nos detalhes “Eu existi”

Olá, querido(a) leitor(a)! Hoje nós vamos falar um pouquinho sobre a relação entre mulheres nos dias de hoje. É muito comum ouvirmos e vermos brigas e inimizades entre mulheres. Com certeza você conhece ou ao menos ouviu falar de uma menina que não gosta da outra por simplesmente motivo nenhum! E quando se trata de amizades homogêneas, homens e mulheres divergem tanto que esse tratamento cai inclusive em muitos memes na internet que geralmente são mulheres se tratando bem, mas por trás há mentira e desconfiança, e os homens se zoando, mas no meme aparecem como “amigos de verdade” por trás da suposta brincadeira.

  A rivalidade feminina é tão forte em nossa sociedade que acontece das mães de meninas ensinarem para as filhas desde pequenas que mulher é “cobra”, que em mulher não se confia, que é para as garotas manterem uma certa distância da coleguinha, para não se prejudicaram, inclusive eu, Vitória Gava, já presenciei o caso de uma adolescente fingir estar namorando um menino para poder ir no cinema - a mãe da garota não deixava ela sair de casa com as amigas que a menina conhecia há 6 anos, mas podia sair com um menino que conhecera há um mês. (Leitores, vocês não acham isso, no mínimo, estranho?). Por que uma criança é alertada por alguém para não confiar nas coleguinhas? E, mais importante, porque somente nas “coleguinhas” e não nos coleguinhas? Se alguém vai ensinar sobre confiança a outra pessoa, que ensine direito! “Não confie em estranhos, não aceite comida deles. Não deixe ninguém tocar suas partes íntimas! Não acredite em tudo que ouvir, algumas pessoas mentem. Tome cuidado! Não conte seus segredos a qualquer um.” Mas por que alguém faz questão de destacar desconfiança em um certo grupo de pessoas sem nenhum motivo?

  O assunto é complexo e merecedor de grande atenção, então, primeiro, vamos entender um pouco como isso tudo começou. A competição entre mulheres teve início quando a mulher era desfavorecida de méritos políticos, econômicos e intelectuais. Os homens tinham uma vida comum, por assim dizer, mas as mulheres eram proibidas e desencorajadas de ter a mesma participação na sociedade. O “papel” da mulher neste período era procurar por um bom homem, casar-se e ter filhos com ele, além de ter que cuidar das crianças e fazer os serviços domésticos. Falando sobre esse assunto, hodiernamente, a vida da mulher tempos atrás não parecia ser muito animadora, mas é importante que você, caro leitor, se imagine naquela época, para que possa entender melhor. Lembre-se de  que o mundo anos atrás não possuía tanto conhecimento, quase todas as coisas eram explicadas com histórias sobre magia, deuses, espíritos, então, por exemplo, quando uma mulher se casava, mas não conseguia ter filhos, diziam que Deus estava castigando-a por algum pecado. Na época, a sociedade era bem mais religiosa, tudo que fugisse do comum daquela época era considerado sujo, deplorável, um verdadeiro castigo divino.

   As mulheres tinham o dever de se casar e constituir uma grande família. Se quisessem ser  respeitadas, o primeiro passo era buscar um marido e, para isso, tinham que se destacar das demais. Quanto mais mal falada as outras pretendentes eram, melhor. Após começarem a amar um homem (quando os casamentos não eram arranjados), as mulheres deviam conceber filhos; por um motivo religioso, biológico, social e por não haver tantos métodos contraceptivos, as mulheres tinham muitos, muitos filhos (só isso, com certeza, já ocupava bastante tempo delas). Pensa que acabou? Não. Ainda tinham que cuidar da casa (e não havia máquina de lavar, ferro elétrico, fogão a gás, aspirador etc). Talvez você esteja se perguntando, mas por que as mulheres sucumbiam a isso? Elas simplesmente não tinham outra escolha, a sociedade era assim, as mulheres não podiam estudar nem trabalhar, nem votar, nada!  E essa sociedade perpetuava até pouco tempo atrás, até a ciência chegar e provar que mulheres e homens, por incrível que pareça, são da mesma espécie. E, para mais uma surpresa dos homens, temos a mesma capacidade cognitiva. Essa sociedade se prolongou até descobrirmos que o fato de alguém não conseguir ter filhos não é um castigo divino e pode ser explicado logicamente. Durou até nos darmos conta de que muitas coisas não faziam sentido, eram apenas cretinices espalhadas por aí sei lá por quem, e é por isto que a sociedade pode mudar e ainda vai mudar muito! Porque tem uma mulher digitando cada palavra neste texto, uma mulher que observou alguns comportamentos estranhos e disse “Opa, peraí, isto aqui não tá legal, não; o que vocês acham? vamos mudar?”.

  Se ainda existe algum cético leitor correndo os olhos neste texto, eu tenho apenas duas coisas a lhe dizer: a primeira é que você é dos meus!; e a segunda coisa é que certo tempo atrás eu li um livro que me surpreendeu, inclusive no prefácio. O livro coleciona a biografia de várias mulheres e seu nome é bem autoexplicativo: “Mulheres que ganharam o Prêmio Nobel em Ciências - suas vidas, lutas e notáveis descobertas”. Algumas coisas que me chamaram a atenção nesse livro é que praticamente todas as mulheres tiveram dificuldade para estudar porque naquela época a mulher era quase proibida de fazer faculdade, ser professora. Mulheres do século XIX e XX. Sabe? Não está tão longe assim! As mulheres desse livro são um grito, um grito que ecoa a seguinte frase “Se não tivéssemos sido tão reprimidas, talvez o mundo estivesse melhor”. As mulheres desse livro são uma exceção, eu as saúdo não só por serem inteligentíssimas e notáveis em seus respectivos ramos, mas também pela coragem que tiveram para estudar quando não podiam estudar, para ensinar quando não podiam ensinar, pela coragem que tiveram de se levantarem, sozinhas, em meio à multidão de homens, e lhes ensinar uma lição não só científica, mas social e moral.     

   Mulheres, devemos nos unir, deixar essas cretinices criadas por outros, e pensar por nós mesmas. Competimos por tanto tempo, nos calamos durante tanto tempo e agora que podemos finalmente dizer “que loucura tudo isso!”, vamos nos minimizar a ter conversas ásperas de corredor? Nós somos mais que isso, nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo! E que o mundo mude para melhor… Um melhor pra todos!


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