Karine de Oliveira
Gomes, 2.8
Biografia
A
|
o chegar à adolescência, indo à
fase adulta, "Ele" achava que tudo se resumia ao simples prazer.
Prazer esse que eu diria que seria mais curiosidade. Curiosidade essa que
sairia caro; não só no sentido material, mas também no sentido afetivo e psicológico.
Essa curiosidade não passava de uma mera ilusão. Tudo começa com influências
"negativas". O querer conhecer algo diferente não passava de uma
droga. "Ele" começa pela maconha. Mas antes disso, ao conhecê-lo,
minha mãe sempre falava que "Ele" tinha seu trabalho, mas ao se ver
diante da recompensa do seu trabalho, "Ele" gastava com as drogas.
Falo drogas, porque não ficou só na maconha, passando pela cocaína e chegando
ao crack. Droga essa que fez com que afetasse o convívio entre eles. Ficamos então eu e minha mãe. O que fazer
agora? Minha mãe, muito especial - quando digo especial não é só no sentido de
ser mãe, mas no sentido de ser mãe-pai, trabalhando para que não deixasse
faltar o mínimo para nós - sempre foi muito correta em relação as suas
atitudes. Não posso me esquecer de falar de Deus, que sempre esteve conosco e
junto de minha avó paterna. Avó essa que nunca desistiu de seu filho. Filho que
se desviava cada vez mais, deixando que a vida lhe escapasse entre os dedos,
mas novamente Deus estava presente. Foi quando surgiu um lugar que para
"Ele" era uma prisão, mas, para sua família, e principalmente sua
mãe, era o lugar que poderia ajudá-lo a se libertar dessa dependência e sair
dos prazeres mundanos que havia destruído não só sua vida, mas a vida das pessoas
que o amavam. Um lugar ao qual "Ele" decidiu ir por conta própria
depois de muitas tentativas. Esse lugar era uma clínica para dependentes
químicos. O tempo passou... Permanecera lá por nove meses, tempo esse que
simbolizou para nós um renascimento. Foi quando o nomearam para monitor da
clínica, ficando na cidade de Juiz de Fora monitorando essa clínica por dois
anos. Então decidiu recomeçar sua vida ao lado de sua família, aos meus 12 anos
"Ele" me procura para que eu possa ajudá-lo a se reconciliar com
minha mãe, conversaram e assim "Ele" voltou para junto de nós. Essa
atitude da minha mãe fez a diferença em nossas vidas. Iríamos recompensar o
tempo que ficamos afastados. Hoje voltou com seu trabalho e está junto de nós.
Esteve presente em minha festa de 15 anos, pois havia perdido muitas datas
importantes. O “Ele” citado é meu pai. A clínica que citei, que para muitos é
um lugar visto como prisão, foi o passaporte para liberdade do meu pai e um
lugar de extremo significado para mim. Esse é meu bem histórico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário