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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Biografia


Karen Letícia Ferreira Neto

Biografia

M
eu nome é Karen, moro em Barbacena – MG e o maior bem que possuo em minha vida é a casa de minha falecida e saudosa avó.
Meus pais construíram nossa casa no mesmo terreno, nos fundos da casa de meus avós paternos. Eles trabalhavam o dia todo e, com isso, eu e minha irmã ficávamos com nossos avós. Com meu avô convivi pouco tempo, pois ele faleceu quando eu tinha quatro anos de idade. Já com a minha avó, tinha contato todos os dias, praticamente o dia todo. Senhorinha de oitenta e poucos anos de idade, com muita fé e amor incondicional, minha avó manteve a família sempre unida. A casa dela sempre foi, além de abrigo de boas lembranças, a nossa base de ensinamentos. Sempre, apesar de toda e qualquer dificuldade, lá estava ela, feliz e carinhosa... Às oito horas da manhã, lá estava ela, trajando pijaminha flanelado de cores meigas, com cheirinho de café fresco sendo passado no coador de pano na cozinha, e, enquanto isso, ela tratava de seus bichinhos de estimação com o mesmo afeto com o qual tratava nós, humanos. Ao longo do dia, sua rotina não muito agitada devido à idade: fazer almoço, organizar a casa, “crochetar” na varanda, ver TV (mais precisamente terços e novelas), cafezinho às dezessete horas, banho, um pouquinho mais de TV, e depois dormir. Uma vida tranquila, pacata, porém, muito boa.
E lá estava eu, acompanhando tudo de perto, participando de grande parte de sua rotina.
Sextas-feiras e domingos eram seus dias preferidos. Tinha prazer em deixar a casa toda arrumadinha para receber a parte "mineira" da família. Era tradição: sexta tinha a macarronada especial – receita feita pelo meu avô anos e anos, e depois pelas minhas tias, minha mãe e minha irmã, como uma forma de manter meu avô ali presente e a família unida, como ele sempre gostou de ver. Aos Domingos, era feira, missa, almoço na casa da vó, cheirinho de frango ou carne assando no forno, cervejinha para acompanhar o "tira-gosto", refrigerante aos que não bebiam, com direito à sobremesa, seus netos e bisnetos correndo de um lado para o outro, passando pela casa, gritando, fazendo farra e enchendo nossa avó de felicidade e orgulho de toda a família que criou.
Assim era a rotina, até que, infelizmente, ela faleceu, deixando-nos cheios de saudade, mas também de gratidão por termos tido a oportunidade de conviver e aprender com ela. Atualmente, a família, ou parte dela, encontra-se na casa, uma vez por mês, em um almoço de domingo.
Por isso e por vários motivos que não caberiam em palavras, afirmo que a casa da minha avó é o maior "bem" que possuo, pois foi lá que presenciei e aprendi a mais verdadeira e pura forma de amor, de união, de afeto, de fé e, sobretudo, a lição de que são nos detalhes mais simples que se encontra a verdadeira felicidade.

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