Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: Era uma vez a morte

terça-feira, 15 de julho de 2014

Era uma vez a morte

Tudo se iniciou ao despertar. Eu sou aquilo que se pode dizer que não tem aparência. Tenho variadas formas e depende do seu olhar para definir como eu sou. Muitas pessoas não confiam em mim, outras até têm medo, mas, na verdade, se você foi bastante curioso, simplesmente, olhe no espelho enquanto escrevo isso e verá minha identidade.

Não gosto do que faço, levar almas, buscar pessoas antes da hora, espalhar tristeza. Enfim, gostaria de férias, mas quem irá me substituir?

Dizem que a guerra é a minha melhor amiga. Eu não acho. As guerras só aceleram as coisas, me deixam atarefada e, ao invés de carregar almas, começo a carregar sonhos.

Era setembro de 1942, um homem na sua casa despedia-se de sua mulher e de seu filho com quatro anos. A mulher chorando não queria largar o braço do marido que, ao abaixar para beijar a criança se surpreendeu com o presente que o filho lhe deu: um urso amarelo e sorridente que serviria como lembrança do filho ao pai. O homem era piloto e em meio a uma guerra de mísseis seu avião caiu. No meio dos destroços só restou o corpo e o ursinho sorridente. São essas as cenas com que tenho que me deparar às vezes e, neste caso, eu levei além do corpo do homem. Levei o sonho do menino de reencontrar seu pai.

Portanto, espero que você seja uma pessoas que me enfrente e não me deixe te levar facilmente, pois eu quero passar muitas vezes e, um dia então, contarei sua história.

Andreza Cristina Siqueira Coelho, 3.2

Nenhum comentário:

Postar um comentário