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terça-feira, 13 de maio de 2014

Um belo presente

Por Andreza Cristina Siqueira Coelho – 3.2

Certo dia, eu a vi pela primeira vez, sabia que aconteceria algo entre nós. Vivia numa cidade pacata, onde ouvíamos o canto dos passarinhos, o vento uivar e sentíamos a brisa fresca vinda das árvores. Sentava em frente a sua casa para ver seu sorriso singelo e sua serenidade.

Dias e dias se passaram e comecei a perceber que ela só saía de sua casa às 18 horas, fiquei tão curioso que queria perguntá-la o motivo daquele comportamento. Mas não tinha coragem! Todos falavam que ela havia matado seu marido por vê-lo com outra mulher. Como ela poderia ter feito isso? Era uma mulher tão calma, inocente e perfeita.

No outro dia, tomei coragem. Fui até a casa dela e perguntei: 

- Por que você só sai de casa às 18 horas? A mulher, com um rosto pálido, pôs-se a falar:

- Eu sempre vejo você na porta da minha casa, sei que você é uma pessoa boa, por isso vou lhe dizer o motivo de eu ser assim. Era 19 de dezembro de 1967, eu e meu marido estávamos nos despedindo. Ele iria para a guerra do Poing. Meu olho cheio de lágrimas esperava o pior. Passados 15 dias, chegou a notícia de que receava. Ele estava morto e me deixou uma carta dizendo que me daria uma estrela e ela só aparecia às 18 horas, ainda disse que ela representava o nosso amor.

Depois de um longo instante de silêncio. Ela disse:

- Não sou perfeita como imagina, tenho uma ferida no meu peito. Quero que venha neste horário todos os dias a minha casa e assim você passará a ser como o filho que sempre gostaríamos de ter.

E assim o menino deixou a casa da mulher e todos os dias, por vários anos, eles estiveram juntos, vendo aquela estrela no céu.

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