Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: Os reis traidores e seus súditos modernos

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os reis traidores e seus súditos modernos

Permitais derrubar caças inflacionários na travessia de nossos céus democráticos. Antes de assinar os papéis fantasmas de pacientes é preciso não calcular as filas dos mortos esperando a consulta no hospital.

Escrito no gás, à procura de criança desparecida. Talvez apenas fugiu, estuprada, seita em cima órgãos. O amor dependurou-se no vagão, em fuga. Grávidas vomitavam bebês demoníacos e leprosos. Amargou a boca com sangue ao receber o cuspe das armas. Os nossos reis bebem uísque gargalhando de humanóides. Humanos desfilando com seus crânios de tu.

Fugi aterrorizado, com a alma sedada e pernas pesadas. Meus olhos arregalaram-se e as veias trilhavam o mapa a caminho do medo. Surgiram mãos sob a terra, puxando-me pelas pernas: corpos sem cabeça caminhavam, corpos sem pernas cravavam as unhas no chão a se arrastarem, todos na direção do abismo. O pavor me conduziu a andar de costas perante o horrível. A areia movediça engoliu meu ser, que atordoado ainda abre os olhos e sente o inferno verde-amarelo.

Todos andando nus, acorrentados pelo pescoço, sendo seduzidos pelo ouro nos dentes do diabo. Sentando numa cadeira de peles e ossos, o diabo mastiga seus súditos e expira seus espíritos cinzentos.

Eis que surge um corta luz gigantemente robótico, esmagando numa só pisada o diabo alienador. Concretiza-se, no solo, aprova o ar poluído com carbono. Corre atrás da fonte, vê o horizonte de chaminés. Corre na direção da inteligência humana, Pisa em cima dos carros e casas, arranca o teto da multinacional e espanta para as ruas 100 mil trabalhadores que vão famintos com sua prole.

O monstro metálico produz a maior concentração de poluentes e os barões goleiam o uísque e tragam charutos. De repente, centenas de máquinas passeiam nas ruas. Os humanos que sobrevivem têm os olhos arrancados e a língua carbonizada. Mas tudo se esquece no jogo do poder.

Então o traidor ordena o lançamento de bombas nucleares. Não existe nada nem ninguém no local. Porém, tudo retorna, cada átomo se reagrupa tornando intocável como antes visto, nas mãos da águia, que destrói e vende a reconstrução do fraco. Mas, se não for o bastante, a película cinematográfica rouba a verdade e ilude a raça que surge novamente, a espécie humanóide, corpo humano, crânio televisor.


Renan Gustavo Almeida Braz Viveiros, 2.7

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