Estávamos com fome, passando necessidade, papai estava desesperado, mamãe inconsolável.
O rei tinha se esquecido da gente de São Vicente, estava preocupado com a extração de cana de açúcar no Nordeste, o povo que aqui habitava estava revoltado, queríamos que o rei olhasse para a gente de novo.
Papai e outros homens vizinhos decidiram entrar no mato para caçar algo que nos desse sustento, mamãe confeccionou a bandeira da família e deu para papai levar, meu irmão mais velho foi também. Na noite da partida, mamãe soluçava e não conseguiu conter o choro. Papai me beijou e me disse: “_ Cuida da mamãe, vou voltar”. Aquela mensagem não saía da minha cabeça.
Anos se passaram e papai não voltava, mamãe já havia se desiludido. A situação piorava a cada dia e a saudade batia forte dentro do peito. Numa noite enluarada estávamos eu e mamãe na lareira quando ouvimos o choro da vizinha, fomos ver o que havia acontecido e recebemos a notícia de que seu marido havia falecido.
Nesse momento pudemos perceber que seria impossível de papai voltar com vida, eu e mamãe toda noite ficávamos do lado de fora esperando notícia de papai.
Thaís Alessandra Ferreira, 1C
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