Por Night Charm
O Espetáculo do Último Ato
Eis que se ergue o palco dourado,
O grande desfecho, o adeus esperado.
Mas quem definiu o preço da cena?
Quem ditou quem entra e quem fica de fora?
Dizem que é um momento único,
um brinde à jornada, um rito de glória…
Mas como celebrar se nem todos cabem?
Se o valor pesa mais que a presença?
Um baile em dezembro,
como se o tempo fosse maleável,
como se as datas girassem ao redor de poucos.
Uma escolha para facilitar compromissos,
mas não os compromissos de todos.
Dezembro chega carregado de ausências.
Vestes impecáveis, olhares erguidos,
decisões feitas por mãos fechadas.
Chamam de festa, chamam de sonho,
mas para muitos, é um portão trancado.
O salão se enche de vozes,
mas nem todas podem falar.
Sorrisos moldados,
palavras cortadas,
convites que não foram entregues a todos.
E então, dançamos.
Não ao som da música,
mas ao ritmo de escolhas que não foram nossas.
O que vale mais: o brilho ou o nome?
O momento ou a exclusão?
A lembrança ou o preço?
O sorriso ou a máscara?
E quando as luzes se apagarem,
quando os ecos dos discursos morrerem,
quando os que ficaram de fora forem esquecidos…
O que restará?
O que de fato foi celebrado?
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