A
importância de ensinar
Caros leitores, hoje trataremos
de um assunto pouco discutido, mas muito importante. Já citamos aqui que nosso
intuito é instruir, passar conhecimento e informação, fazer as pessoas
aprenderem um pouco mais, principalmente sobre o feminismo. Mas hoje não
discutiremos assuntos específicos do feminismo, mas o próprio ensino. Nós, as
garotas do Batom Vermelho, desejamos que você, ao aprender algo conosco, passe
esse conhecimento adiante. Explicarei a importância disso e logo depois
falaremos sobre dicas de como ensinar melhor.
Eu, desde pequena, sempre amei livros, meu sonho era ter uma casa com
uma enorme biblioteca, hoje em dia esse sonho não cabe mais a mim, não pela
falta de entusiasmo ou desinteresse, mas pela filosofia que isso traz. Imagine
eu em uma casa enorme, repleta de livros, um sonho para quem ama ler, mas eu
sou uma pessoa só e, trazendo esse sonho para a realidade, teria que passar um
bom tempo limpando todos os livros da sala, e para quê? Afinal sou uma pessoa
só e demoro para ler um livro inteiro, além disso, leio um por vez, então para
que milhares apenas juntando poeira, sendo que se não estivessem na minha casa
poderiam estar nas mãos de bons leitores, ajudando suas vidas, trazendo lazer,
diversão? Depois que parei para pensar sobre o meu sonho da casa com a
biblioteca, percebi que era um sonho vazio, então decidi doar boa parte dos
meus livros. Não está sendo fácil, mas já me desfiz de alguns que li e, na
contracapa, eu sempre escrevo uma frase simples e poderosa que tem tudo a ver
com este texto “Conhecimento guardado é conhecimento perdido”.
Quanto mais sabemos, menos alienados, mais fortes, mais abertos à
resolução de problemas; quanto mais conhecimento, melhor. Fato! Até mesmo
quando você começa a ler Friedrich Nietzsche, se debruça em cima do niilismo e
chora como se não houvesse amanhã, ainda tem a parte do Übermensch, ou, como
falam aqui no Brasil, o Super Homem de Nietzsche, que na minha opinião é uma
luz em meio ao caos. Até mesmo esse filósofo tem frases deveras otimistas como
“É preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante”. Quando
aprendemos, mesmo ao passar por períodos turbulentos, sempre chegamos a algum
bom lugar, pois mesmo ao perceber o caos do mundo, começamos a pensar em como
lhe trazer no mínimo uma luz.
Leonardo da Vinci fala sobre conhecimento nesta frase: “O conhecimento
torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria.
Armazena suavidade para o amanhã.” É este meu desejo: suavizar o amanhã. Mas
para obter uma melhora é preciso saber primeiro o que melhorar, é preciso saber
o que há de errado, o que podemos fazer para melhorar, como e qual a melhor maneira,
como fazer isso mais rápido. Como fazer com que as pessoas queiram aprender?
Como ensinar? Como convencer pessoas que estagnaram em uma opinião que muitas
vezes nem pertence a elas, apenas não foi questionada? Tudo bem... Respira,
escritora, respira... Até o narrador desse texto sabe como a autora se empolga
ao falar sobre este assunto (conhecimento, no caso).
Um aviso: eu provavelmente vou
dar um nó na sua cabecinha hoje, que espero amenizar depois, quem sabe fazer um
laço? Com certeza, muitos de vocês conhecem a seguinte frase “Só sei que nada
sei.” de Sócrates. Essa frase, por mais inusitada e paradoxal que pareça, é o
início do conhecimento; nós não sabemos, nós devemos questionar absolutamente
todas as coisas, chegar a uma conclusão para depois de ter certeza que sabe,
questionar o que já foi aprendido e aprender que não sabe nada, mas sabe alguma
coisa, e mesmo assim correr atrás para saber mais, e quando souber, descobrir
que não sabe. Confuso? Talvez. Trabalhoso? Demais. E sabe por que fazemos isso?
Porque o universo não veio com manual de instruções. Se você for parar para
pensar, está todo mundo aprendendo a viver, crianças, idosos, todos os dias,
todas as horas, e o que podemos fazer é tentar melhorar este mundo confuso para
as próximas gerações, com conhecimento. Pense por um segundo se todas as
pessoas do mundo pensassem que já sabem de tudo... Ninguém aprenderia, não
haveria evolução.
Sim, pessoas, eu não sei, a Isabela não sabe,
e o que estamos fazendo aqui nesta coluna, então? Aquela parte trabalhosa: tentando,
questionando, pensando, aprendendo, desaprendendo, aprendendo mais e tentando
fazer outros se juntarem a nós.
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