"Deixo-te esta carta, a única e original, apenas para que tenhas a plena certeza de que foi o mais importante, enquanto estive viva".
Inúmeros momentos, gritos de socorro que jamais sairão da memória. Foi em uma simples festa de amigos quando tudo começou. Gente, dança, bebidas, gargalhadas e apenas uma única pessoa sentada na beira da piscina, agarrada como sempre àquele celular procurando notícias suas, quaisquer que fossem.
Embora não fosse a mais esperada, ela a recebeu. Uma amiga vinha lhe contar que havia visto uma batida entre um caminhão e a moto do seu amado, e ele não resistiu. Naquela mesma hora, seu mundo desabou. Nada mais importava. Ela só queria ficar junto dele e, para ela, esse seria o momento. Não ficariam juntos em via, mas em alma.
Foi então que ela lembrou que a parcos quilômetros dali havia uma cachoeira. Sem demora se despediu de todos, entrou no carro e foi-se. Ao chegar, pegou um pequeno papel, um lápis que lhe prendia as madeixas e deixou um bilhete para a sua mãe. Derramou algumas lágrimas ao lembrar do seu amado e se jogou do ponto mais alto.
Ao perceber a demora dela para chegar em casa, a mãe foi atrás de notícias. Pelo caminho até a festa avistaram o seu carro na beira da cachoeira. Os gritos de desespero daquela mãe agoniavam todos.
Mãe e filha, amigas inseparáveis. Assim elas eram definidas. Depois de se acalmar um pouco, a primeira pessoa que ela pensou para dar a notícia foi aquele garoto por quem sua filha era louca. No terceiro ou quarto toque ele atendeu o celular. Com voz de sono recebia a notícia e contava que sua moto havia sido vendida naquele mesmo dia.
Ele, com a consciência pesada chorava e clamava perdão a sua amada. Embora fosse tarde demais, ele ainda assim jurava amor eterno daquele mesmo jeitinho de que ela gostava tanto de ouvir!
TM
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