Era uma manhã fria e calma. Da janela do meu quarto, eu observava os pássaros que voavam de galho em galho. Apesar de entoarem uma canção alegre, meu coração carregava uma profunda tristeza, não me permitindo sorrir. Tudo o que eu mais queria era desabar em lágrimas.
O vento gelado invadiu o quarto quando abri a janela e os fracos raios de sol da manhã iluminaram meu rosto. Eu não queria acreditar que tudo havia acabado, não queria aceitar o fato de estar pagando por um erro que eu não havia cometido.
Como ela estaria naquele momento? Será que estava sentindo minha falta? Não... Ela estava com outra pessoa, disposta a me esquecer, fazer com que, de fato, eu sumisse de sua vida, como havia me pedido na última vez em que nos falamos.
Ah! Como aquelas palavras me torturavam todos os dias!
Quando percebi, as lágrimas estavam rolando lentamente pelo meu rosto. Eu só queria provar que não havia feito nada, só queria provar que a amava mais do que tudo e todos! Deitei-me na cama, abraçando a blusa dela que estava comigo e chorei; chorei como uma criança que se machuca. Eu não queria acreditar que havia perdido a minha pequena para sempre.
De tanto chorar, acabei dormindo. Sonhei com ela, seu sorriso, sua voz mansa que sempre me acalmava... Eu voltaria a tê-la em meus braços algum dia? Nosso amor - o que eu sentia e o que ela dizia sentir por mim - resistiria?
Bridne Ávila, 3.4
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