(...) Ainda que os homens arrancassem o azul do céu
E colocassem o vermelho das bombas e da crueldade
Ainda que neste mesmo céu aterrissassem os balões de fogo
E o voo seria livre às balas de canhão
Ainda que os parques e as creches se tornassem campos de concentração
Que as escolas fossem lecionadas por generais, estúpidos e impiedosos ditadores
Que os hospitais aplicassem vacinas letais
Que as armas entupissem as gigantescas chaminés das fábricas
Que a fome fosse vista como dieta, pena, ou símbolo de força e superação
Ainda que sentássemos numa enorme mesa de madeira feita com toda a Amazônia
Ainda que prendêssemos nossos filhos desequilibrados – por medo de eles crescerem pessoalmente
Ainda que eles estivessem certos e soubessem disso
Ainda que cobiçássemos a mulher alheia e que tudo o que dissesse pudesse ser usado contra você
Ainda que existissem mansões e palafitas
Que existissem lutas por terra e diálogos com as mãos
Ainda que soubéssemos da vida, graças a ti
Que o rádio cuspisse notícias espantosas
Que a moda é a pensadora e todos devessem segui-la, em prol de sua própria visão social (...)
Ainda que a massa corpórea fosse mais importante que a massa cerebral
Ainda que a intelectualidade fosse chacota, risadas, piadas, ou mais um desprezo de um ser não existente numa sociedade competitiva
Ainda assim, nada disso passaria de um sonho, logo que os seres humanos são os racionais da cadeia biológica.
“O combustível da intelectualidade são os livros, preenchedores de opiniões na perceptividade da vida. O combustível da ignorância é o vazio no círculo das informações”.
Renan Braz Viveiros, 1D
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