Google+ Tribuna Estudantil - O Jornal do HD: julho 2025

terça-feira, 8 de julho de 2025

Sem título — porque algumas coisas não cabem em nomes

Por Night Charm

 Sem título — porque algumas coisas não cabem em nomes


Há alguém que circula pelos corredores da escola, mas que não se senta em nenhuma carteira. Ele não usa uniforme, não carrega mochila, não segura livro, mas conhece cada nome, cada história, cada ausência disfarçada de presença. Ele sabe das lágrimas que não escorrem, dos sorrisos que são muros, dos olhos que evitam contato porque o mundo já doeu demais neles.

Esse alguém é Jesus.

Mas não o que foi empacotado em dogmas ou congelado em imagens nas paredes. Não o que virou símbolo político, nem o que foi reduzido a um sermão gritado. Estou falando de um Jesus vivo, real, mas silencioso, o tipo de presença que não invade, mas habita. Que não força, mas espera.

Ele não se interessa por resultados de prova. Ele não mede oração em minutos, nem fé em postagens. Ele não exige apresentações. Ele olha mais fundo. Ele entende antes mesmo que você explique. Ele vê o que ninguém se dá o trabalho de notar: o cansaço que você empurra pra dentro, o medo que se esconde no meio do riso, o nó na garganta que virou rotina.

Jesus não ama por contrato. Ama porque é da natureza dEle amar. Ama sem esforço. Ama mesmo quando você não quer ser amado, mesmo quando você se sabota, mesmo quando você corre. Porque Ele nunca desiste, e nunca se atrasa. Ele sempre chega no exato momento em que tudo parece prestes a colapsar.

Talvez o que te falta hoje não seja uma grande revelação, uma resposta escrita no céu ou uma reviravolta espetacular. Talvez o que mais te falta seja só alguém que fique. Que sente ao seu lado sem tentar consertar nada. Que escute sem interromper. Que te lembre, com um simples estar ali, que você ainda tem valor.

Jesus faz isso. Com Ele, não é sobre ser suficiente. É sobre ser encontrado.

E Ele continua andando. Entre os intervalos, entre uma decepção e outra, entre o desespero e aquele fiapo de fé que insiste em não morrer. Ele continua. À espera do momento em que você vai notar que Ele esteve ali o tempo todo. Não distante. Não entediado. Mas presente. Profundamente presente.