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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

UMA ANÁLISE DO SOCIALISMO E SUAS FALHAS AO LONGO DA HISTÓRIA

 Por Paulo Henrique de Almeida Martins

UMA ANÁLISE DO SOCIALISMO E SUAS FALHAS AO LONGO DA HISTÓRIA


UMA ANÁLISE DO SOCIALISMO E SUAS FALHAS AO LONGO DA HISTÓRIA


Paulo Henrique de Almeida Martins


Antes de destrincharmos as falhas históricas causadas pelos regimes socialistas, gostaria de ressaltar que compreendo as críticas extremamente pertinentes feitas pelos autores dessa linha de pensamento, bem como suas contribuições nos campos filosóficos e sociológicos, e como as ideias dessa corrente influenciaram o surgimento de direitos trabalhistas nas sociais-democracias, gerando uma evolução nas leis. Entretanto, o objetivo deste texto é analisar os eventos históricos na União Soviética e em países que aplicaram o sistema socialista, bem como tentar explicar o porquê de ele ter fracassado e trazer uma visão clara e crítica, baseada em fatos históricos e estudos.

Mas, antes de iniciarmos, é necessário diferenciar três conceitos que geram bastante dúvida: capitalismo, socialismo e comunismo. Esses dois últimos causam demasiada confusão, portanto, vamos diferenciá-los. O socialismo é um sistema econômico no qual os meios de produção — que, nesse contexto, não se tratam de sua casa ou do carro; um exemplo seriam as fábricas — pertencem ao Estado, que recolhe o lucro e garante a igualdade entre as pessoas. Entretanto, esse sistema seria apenas uma fase ou parte do caminho para o sistema comunista, no qual o Estado deixa de existir e os meios de produção passam a pertencer a todos. Porém, até os dias atuais, não houve nenhum país que chegasse a tal estágio.

Já no sistema capitalista, os meios de produção pertencem ao dono, que repassa uma parte dos lucros para os trabalhadores por meio dos salários. Talvez essa parte tenha ficado um pouco confusa, então vamos utilizar uma analogia para compreendermos melhor as nuances de cada sistema. Imagine uma vaca que representa os meios de produção. Se ela está inserida no sistema socialista, o governo a detém, pega os lucros e os repassa para a população. Já no comunismo, a vaca é de todos, e, no capitalismo, o animal pertence ao dono, que contrata trabalhadores para ordenhar a vaca e repassa apenas uma pequena parte da matéria-prima para os trabalhadores.

Em última análise, podemos concluir que os objetivos do sistema socialista, segundo a teoria marxista, são: o fim da propriedade privada, que passaria para as mãos do proletariado, a fim de tornar a sociedade mais igualitária; a extinção das classes sociais; e, por fim, após esse estágio, o alcance do comunismo. Mas, afinal, por que esses ideais estão fadados a ser uma missão extremamente complexa? Segundo o economista austríaco Friedrich August von Hayek, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 1974, em sua obra intitulada O Caminho da Servidão, economias planificadas inevitavelmente levam a estados totalitários, uma vez que as decisões ficam concentradas nas mãos de poucos indivíduos.

Outro ponto crucial a ser levado em consideração é que a natureza humana leva à busca por melhores condições de vida; a ascensão social é benéfica para todos, uma vez que promove inovação. Também vale a pena frisar que o capitalismo do tempo de Marx é diferente do capitalismo dos dias atuais. No tempo do autor, as condições de trabalho eram piores, os direitos trabalhistas eram poucos ou quase inexistentes. Desde então, foram conquistados diversos direitos, como, por exemplo, jornada regulamentada, salário mínimo, férias, direito à licença. Hoje, um trabalhador pode processar seu patrão, algo inimaginável no início da Revolução Industrial. A conquista desses benefícios elimina a necessidade de uma revolução e da tomada dos meios de produção, como defendido no Manifesto Comunista.

Evidentemente, nem tudo são flores: nem todos conseguem usufruir desses direitos. Mas é inegável reconhecer as transformações positivas que ocorreram nesse espaço de tempo. Porém, além desses equívocos, quando esse sistema foi aplicado na prática, houve várias falhas. Claramente, não estou negando algumas conquistas que esses regimes alcançaram, como colocar o primeiro homem no espaço, construir uma bomba atômica, industrializar um país majoritariamente agrário. Mas houve um preço caríssimo a se pagar, como restrição de liberdades individuais, censura, repressão etc.

Observemos o exemplo da Rússia. A Rússia pré-revolução era comandada por um monarca absoluto: não havia poder legislativo, apesar de tentativas, nem liberdade de imprensa; a economia era predominantemente agrária. Após a revolução, houve alguns avanços em determinados aspectos, como citado anteriormente. Entretanto, foi pago um preço altíssimo: a população, antes oprimida pelo imperador, agora era oprimida por um novo governo.

Eventos como o Holodomor, que se trata de uma fome generalizada causada por fatores externos, foram significativamente agravados pela intervenção estatal, que ocorreu após a tentativa do governo de coletivizar as terras férteis com o objetivo de obter lucros e impulsionar a industrialização. Entretanto, não há consenso entre os historiadores se esse erro foi proposital ou não, ou se, em última análise, foi uma tentativa de genocídio da população ucraniana. Para Raphael Lemkin, advogado judaico-polonês criador da definição de genocídio utilizada pela ONU, “Trata-se de um caso de genocídio, de destruição, não só de indivíduos, mas de uma cultura e de uma nação.”

Fato é que diversos líderes pró-independência foram perseguidos e mortos. O governo central tinha plena ciência dos ocorridos e recebia diversas súplicas de seus representantes locais: “Honrado Camarada Stalin, existe alguma lei estatal soviética que determine que os habitantes de vilarejos devam passar fome? Porque nós, trabalhadores de fazendas coletivas, não conseguimos uma simples fatia de pão em nossa fazenda desde 1º de janeiro...”. A fome que começou em 1932 terminou em 1933, afetando não só a atual Ucrânia, mas também Bielorrússia, Cazaquistão e outras partes do país. Em algumas regiões da Ucrânia, a população foi substituída por cidadãos de origem russa, como em Donetsk e Luhansk, medidas que geram consequências na geopolítica atual, sendo essas as principais regiões separatistas do território.

Nos anos seguintes, aconteceram os grandes expurgos de Stalin, que foram uma perseguição generalizada a opositores políticos, membros do Exército Vermelho, minorias nacionais, camponeses proprietários de terra etc. Esse processo se intensifica quando Nikolai Yezhov assume o controle do NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos), que era a polícia secreta soviética do período. Esses expurgos tiveram um impacto significativo em diversas camadas da sociedade russa. Nas forças armadas, três dos cinco marechais da Marinha foram removidos de seus cargos, juntamente com 13 dos 15 comandantes do exército, entre outros, incluindo 2.000 escritores. Essas prisões influenciaram negativamente a capacidade operacional do Exército Vermelho, o que dificultou seu desempenho na invasão alemã. Vale frisar que nem todos os cidadãos foram mortos: alguns foram enviados para os gulags, que eram uma rede de prisões e campos de trabalho forçado, onde as condições de vida eram desumanas, como mostrado no livro Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenítsin, em que o autor compilou relatos de diversos prisioneiros que passaram pela mesma experiência que ele. São inúmeros relatos que evidenciam o quão horrenda era a situação.

Isso, entretanto, não é um fato isolado da revolução ocorrida na Rússia. Podemos citar também a Revolução Cubana. O regime teve início após a derrubada do presidente Fulgêncio Batista, que era antidemocrático. Após esse evento, o governo foi assumido por Fidel Castro e seus apoiadores. Entretanto, o novo governo foi acusado de diversas violações dos direitos humanos em relatórios publicados por organizações não governamentais, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, que mostram que o governo cubano vem violando sistematicamente diversos direitos fundamentais, perseguindo opositores, jornalistas e dissidentes políticos.

Essas atitudes fizeram surgir movimentos de resistência, como as Damas de Branco, que é um grupo de mulheres, mães e esposas de opositores políticos que luta pela liberdade de seus familiares. Podemos citar também, como exemplo de violação, a obra escrita por Armando Valladares. Ele foi preso pelo governo de Castro após inicialmente ser um apoiador, ficando 22 anos preso por conta de suas críticas ao governo, levantando diversas alegações, acusando o poder central de não lhe fornecer o amparo médico necessário.

Agora analisaremos outra revolução importantíssima do século XX: a Revolução Chinesa. Mais precisamente, o foco aqui será responder à pergunta: como foi o processo e as reformas que levaram a China de país subdesenvolvido e agrário para a segunda maior economia global? A nação chinesa enfrentou, por vários séculos, diversas crises de fome, sendo predominantemente uma sociedade agrária. Logo após a derrubada do regime monárquico, depois da morte do seu primeiro presidente, o país rachou, provocando uma guerra civil que devastou a região. Então, após a vitória do Partido Comunista, eles implementaram um plano chamado o Grande Salto Adiante, que tinha como meta desenvolver a nação economicamente, coletivizando as terras e instituindo um sistema de metas, as comunas populares, que funcionavam como uma espécie de divisão autônoma e rural que coordenava a produção agrícola em determinada região, o que teve consequências negativas, gerando fome entre a população.

É importante lembrar que foi uma soma de fatores que levou à fome, não só a coletivização das terras. Entre esses fatores, podemos listar a ruptura com a União Soviética e também campanhas para expurgar opositores dentro do próprio Partido Comunista. Segundo Liu Shaoqi, presidente da China de 1956 até 1966, 30% da fome se deveu a desastres naturais e 70% a erros cometidos pelo homem.

Além disso, houve também o processo chamado de Revolução Cultural, que era um movimento para conservar o socialismo chinês, combatendo qualquer ideia nova. Gerou expurgos de diversas pessoas da sociedade, incluindo capitalistas, opositores e professores, e culminou também em manifestações populares, buscando maior liberdade de expressão e de imprensa, combate à corrupção e à falta de democracia. Essa manifestação, liderada por estudantes, foi fortemente reprimida pelo exército chinês, levando a diversas prisões, mortes e exílios.

Já no campo econômico, Deng Xiaoping se tornou líder do país e pôs em prática diversas reformas consideradas liberais para os padrões socialistas, como permissão de propriedade privada, entrada controlada de capital estrangeiro e descentralização da economia, o que fez a China dar um salto gigantesco no aspecto econômico, crescendo assustadoramente em pouquíssimo tempo e ultrapassando o Japão como a segunda maior economia global.

Então, se fizermos um paralelo entre os três casos analisados, podemos observar que, apesar do sucesso em aspectos sociais, ocorre a perda de liberdades individuais e, também, que quando há tentativa de coletivizar os meios de produção, isso acaba gerando fome na população civil. Essa perda de direitos é resultado do totalitarismo, não sendo uma consequência apenas dos três casos citados, mas de todos os regimes extremistas. Mas, acima de tudo, o apelo principal deste texto é contra o que as ideologias de qualquer espectro fazem com as pessoas, tornando-as cegas, incapazes de enxergar abusos e falhas. Afinal, nada é mais perigoso do que o fanatismo, que leva as pessoas a cometerem barbaridades umas contra as outras.


REFERÊNCIAS

  • APPLEBAUM, Anne. A fome vermelha. 1. ed. Rio de Janeiro: Record, 2019.

  • SOLJENÍTSIN, Aleksandr. O arquipélago Gulag. 1. ed. brasileira. São Paulo: Carambaia, 2020. Publicado originalmente em 1976.

  • HAYEK, Friedrich August von. O caminho da servidão. 1. ed. brasileira. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2011. Publicado originalmente em 1944.

  • VALLADARES, Armando. Contra toda esperança. 1. ed. brasileira. São Paulo: InterMundo, 1986. Publicado originalmente em 1985.

  • HUMAN RIGHTS WATCH. Cuba: violações de direitos humanos. Disponível em: https://www.hrw.org/countries/cuba. Acesso em: 2 out. 2025.

  • ANISTIA INTERNACIONAL. Relatório sobre Cuba. Disponível em: https://www.amnesty.org/countries/americas/cuba/. Acesso em: 2 out. 2025.

  • WIKIPÉDIA. Grande Expurgo. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Grande_Expurgo. Acesso em: 2 out. 2025.

  • WIKIPÉDIA. Grande Salto Adiante. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Grande_Salto_Adiante. Acesso em: 2 out. 2025.

  • WIKIPÉDIA. Fome de 1958-1961 na China. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Fome_de_1958-1961_na_China. Acesso em: 2 out. 2025.

  • WIKIPÉDIA. Revolução Cultural Chinesa. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Cultural_Chinesa. Acesso em: 2 out. 2025.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Sinto muito ou nada

 Coluna

Coluna “A Trajetória do Louco”

Leth tem 18 anos e está no Ensino Médio. É uma mulher Lésbica e ama qualquer expressão de arte, principalmente a escrita e as músicas. Sonha em um dia conseguir alcançar seus objetivos e ser feliz.


Sinto muito ou nada

De repente eu acordo. 

---capotei de novo---

E tudo o que eu sentia ontem

ainda ecoa aqui.

Isso não parece válido,

parece que eu escolhi viver assim,

é muito fácil sair daqui,

se eu quisesse de verdade...

Ainda tenho vontade de chorar.

Ainda tô vivendo tudo e nada.

— Esqueci de tomar meu remédio de novo.---

Será que algum dia eu vou melhorar?

Não aguento mais sentir isso,

se é realmente tão fácil sair, 

por que eu continuo aqui?

Parece que é vitimização,

até porque a vida é boa. 

É só querer viver. 

Mas não tenho forças para tentar. 

Me sinto invisível.

Me sinto exposta.

Me sinto usada.

Mas, posso ficar bem a qualquer momento 

--- é só fingir ---

O que eu sinto é pura frescura. 

É tão mais cômodo ficar mal...

Eu posso parar com isso quando quiser

Eu não sou tão triste assim

Se eu ando de skate,

Me sinto viva,

Se converso com alguém,

Me sinto vista.

Se deito na cama a noite,

Não sinto nada.


terça-feira, 30 de setembro de 2025

A arte de tentar fingir

 Coluna

Coluna “Poemas sobre amor e dor”

Leth tem 18 anos e está no Ensino Médio. É uma mulher Lésbica e ama qualquer expressão de arte, principalmente a escrita e as músicas. Sonha em um dia conseguir alcançar seus objetivos e ser feliz.


A arte de tentar fingir


Tentei por muitos anos

ser quem todos amam,

até me tornar estranha

e o silêncio ser constante.


Procurando apoio e calor,

perdida em meio ao caos,

ouvindo para seguir meu coração,

mas só se for como eles querem.


Ao perceber quem eu sou

não senti alívio e nem paz

senti uma culpa estridente

atingindo meu âmago.


Finalmente sei quem sou,

mas não quem todos esperavam,

sou quem se arrisca,

em constante movimento,

não quer ficar em um lugar,

que ainda a vê como criança.


ESCOLHAS. RENÚNCIA. CAMINHOS.

 Por Night Charm

ESCOLHAS. RENÚNCIA. CAMINHOS.


Cada escolha que fazemos molda não apenas o nosso caminho, mas a essência do nosso ser. Não há crescimento sem renúncia. Abrir mão do que é confortável, do que é seguro, do que agrada aos olhos do mundo, é doloroso, mas necessário para alcançar aquilo que verdadeiramente importa.

Vivemos em uma geração que busca resultados rápidos, aprovação imediata, reconhecimento visível. Mas o valor real nunca está naquilo que se mostra, e sim naquilo que se constrói em silêncio, no segredo do coração. Cada decisão corajosa, cada passo de entrega, cada renúncia àquilo que é passageiro prepara terreno para que a vida floresça de forma genuína e duradoura.

Nem todos os caminhos são retos. Muitos nos desafiam, ferem, fazem duvidar, e nos deixam à beira da desistência. Mas essas feridas não são sinais de fracasso — são sinais de transformação.

Elas nos chamam a olhar para dentro, a perceber nossas forças escondidas, a depender de algo maior que nós mesmos. São as feridas que revelam o que realmente precisa ser curado e iluminado, e é nesse processo que as chamas interiores começam a acender.

O mundo oferece atalhos, promessas fáceis, recompensas rápidas. Mas essas facilidades raramente conduzem àquilo que tem valor eterno. O verdadeiro caminho exige coragem, disciplina, foco e disposição para carregar aquilo que poucos suportam. Exige abrir mão do passageiro para viver o essencial, aceitar o vazio para ser preenchido, cair para aprender a se levantar.

Quem aprende a renunciar ao superficial e escolher o que realmente importa descobre que cada passo tem significado, cada obstáculo tem propósito, e cada ferida se torna combustível para crescer. Descobre que a vida que vale a pena nunca foi confortável — ela sempre foi intensa, exigente e transformadora.

Escolher é ousar. Renunciar é confiar. Caminhar é se lançar mesmo quando não se enxerga o final.

E no fim, é na coragem de atravessar o deserto, na paciência de esperar a chuva, na fé de continuar mesmo ferido, que nascem as chamas que iluminam o mundo, as chamas que transformam a própria alma e acendem a vida de quem se deixa tocar pelo que é eterno.


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Intimidade ou Performance?

 Por Night Charm

Intimidade ou Performance?


Vivemos tempos em que é possível fazer muito para Deus sem, de fato, estar verdadeiramente com Ele. Em uma geração marcada pela busca incessante por visibilidade, a exposição tornou-se moeda de valor, enquanto o segredo do encontro pessoal com o Pai tem sido deixado de lado. Contudo, o movimento do céu não é provocado por holofotes ou multidões, mas pela rendição silenciosa e sincera do coração.

A intimidade com Deus acontece no lugar onde ninguém vê — naquele quarto fechado, naquela oração secreta, naquela entrega sem plateia. É ali, no silêncio da alma, que o Pai age, recompensa e transforma. Você pode estar no altar, ser visto por muitos, até falar de Deus em voz alta, mas se o seu coração não se encontra no silêncio do relacionamento com Ele, sua alma permanece vazia, sem mais “quarto” para crescer, sem mais espaço para ouvir a voz doce e poderosa do Senhor.

A verdadeira intimidade exige coragem. É preciso abrir mão da necessidade de aprovação, da busca por reconhecimento, do conforto de estar na multidão que aplaude. É um caminho de vulnerabilidade, onde cada lágrima, cada suspiro de entrega, se torna alimento para a alma. É ali, no secreto, que a transformação acontece. É ali que o coração é moldado, e que os talentos, dons e ministérios passam a fluir naturalmente, não como demonstração de força, mas como consequência de um encontro profundo com Deus.

Deus não deseja apenas servos performáticos, impressionando multidões ou acumulando feitos. Ele quer filhos que O conheçam intimamente, que tenham um encontro real e diário com Sua presença.

Jesus mesmo chamou seus discípulos “para estarem com Ele” — porque o primeiro chamado é para o estar, para o relacionamento. Só depois vem o fazer, que brota da essência do estar.

Performance impressiona momentaneamente, mas intimidade transforma para sempre.

Quando a alma encontra o Pai no secreto, tudo muda: cada palavra, cada gesto, cada missão se torna expressão daquilo que nasceu no silêncio. É aí que o céu se move, que a vida é restaurada, e que o verdadeiro impacto acontece, invisível aos olhos humanos, mas eternamente visível aos olhos de Deus.


Lágrimas e lástimas

 Coluna

Coluna “Poemas sobre amor e dor”

Leth tem 18 anos e está no Ensino Médio. É uma mulher Lésbica e ama qualquer expressão de arte, principalmente a escrita e as músicas. Sonha em um dia conseguir alcançar seus objetivos e ser feliz.


Lágrimas e lástimas


Tem dias que eu me sinto muito só,

querendo me afundar no sofrimento 

escancarar toda a minha tristeza

como uma criança faria.


Me cobro perfeição de forma incessante,

cumprir expectativas, orgulhar a todos,

ter objetivos e almejar sucesso

mas não sonhar muito, é arriscado.


Dizem para aproveitar a vida,

não fazer coisa errada,

apenas o que precisa ser feito

sorria! Não tem motivo pra tristeza.


“Não precisa casar com um homem

 mas não se atreva a beijar uma mulher

 ah, você não sabia?

Pessoas como você vão para o inferno”.


Isso tudo me angustia,

e então cogito que,

eu não pertenço a este lugar.

mas onde eu pertenço então?


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Quinta-feira

 Coluna

Coluna “Poemas sobre amor e dor”

Leth tem 18 anos e está no Ensino Médio. É uma mulher Lésbica e ama qualquer expressão de arte, principalmente a escrita e as músicas. Sonha em um dia conseguir alcançar seus objetivos e ser feliz.


Quinta-feira

Em toda minha vida

Nunca soube o que fazer

Não cresci determinada

Cresci tentando agradar

--- Nem tanto assim ---


Se por um momento

Parecia perdida

--- Ela estava ---

Porque não podia perder tempo

--- Uma criança ---

Um tanto quanto desesperada


"Para quem não sabe aonde ir, 

qualquer caminho serve."


Gostava de tudo

Odiava tudo

--- Se conheça ---

Queria todas

Não queria nenhuma


Se eu sei quem sou

Sei o que quero ser

Irei saber o que preciso fazer

--- Se liberte ---

Um dia, meu coração gritou


“Se você ouvir uma voz dentro de você 

dizendo 'você não pode pintar', 

Então pinte, e essa voz será silenciada.”


Quando não tentava impressionar

A arte tornava a desabrochar

--- Ouve a si mesma ---

Por que ignorar algo meu?

Se eu não tenho arte, não sou eu


É difícil continuar

Sei que vou decepcionar

--- Mude, continue ---

Não sei se vou conseguir

Preciso parar de fingir.