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terça-feira, 11 de agosto de 2020

Como tudo começou?

 

Como tudo começou?

Caros leitores, muitos de vocês não devem saber de onde veio a coluna do Batom Vermelho, quem teve a ideia, onde tudo começou. Hoje nós, as garotas do Batom Vermelho, viemos contar um pouco da nossa própria história e como ela tem a ver com a importância de informar devidamente as pessoas.

  Há cinco anos, eu (Vitória Gava), uma das criadoras da coluna, ouvi falar pela primeira vez de feminismo, na internet. Era um meme que falava sobre feminismo, não sei ao certo o quê, mas a coisa que me chocou de verdade foi uma pergunta de um homem nos comentários, que tratava de um assunto já falado aqui na coluna, o comentário era “Se o machismo não é bom, por que o feminismo seria?”. Esta pergunta me instigou, colocou uma pulguinha atrás da minha orelha, naquele momento eu tive a mesma dúvida. E foi assim, com um simples comentário que tudo isso começou.

  Eu me perguntava “O que o feminismo prega? Será que ele também é ruim como o machismo? Por que as pessoas parecem tão dispostas a falar sobre isto? Será que é algo importante?”. Mas eu, como boa curiosa que sou, resolvi ir atrás das respostas. Neste momento abriu um mar de rosas em minha frente, meus olhos brilharam, afinal, eu nunca havia entendido por que rosa é cor de menina e azul de menino, não faz o menor sentido! (Até hoje não faz!). Nunca havia entendido por que os irmãos de todas as minhas amigas que tinham irmãos ficavam na frente da TV ou videogame o dia todo enquanto as irmãs, muitas das vezes mais novas que eles, tinham que ajudar suas mães nos afazeres domésticos, e até ajudar a cuidar dos irmãos mais novos enquanto a mãe trabalhava (as meninas tinham 12 anos e já limpavam a casa toda, chegavam da escola, faziam almoço e depois ficavam cuidando dos irmãos mais novos) e isso não era mil novecentos e guaraná de rolha não! Era 2015! E não eram uma ou duas amigas, era a maioria! Na minha cabeça, já não cabiam mais pulguinhas, eu era vestida de questionamentos, e quando eu perguntava a algum adulto sobre este fato, ele apenas dizia: “Aaaah, ele não faz nada porque é homem”, “Mulher tem que fazer as coisas, homem não”. Desde criança, ser homem já parecia uma vantagem.

  Então, mesmo com a pouca idade, eu já entendia bem o que o feminismo queria: igualdade. Ele explicava as minhas dúvidas sobre desigualdade de gênero, sexismo rivalidade feminina, dentre tantas outras coisas que caberia citar, e ele propunha uma sociedade mais justa, mais racional, sem se basear em estruturas passadas que não fazem sentido. O feminismo propunha, na minha visão, um mundo melhor.

  Mas quando comecei a falar para as pessoas sobre isto, eu fui xingada, coagida, até mesmo ameaçada de ser agredida. Nesse momento, eu tive medo, pensei “Acho que o feminismo não deve ser algo tão bom assim”. Sim, tudo na minha vida parece ser muito intenso, e de fato é, eu que costumo falar muito, me calei, as pessoas me falavam coisas que eu não entendia, falavam que as feministas eram contra a igreja, que elas eram fedidas e tinham as axilas peludas; as pessoas me diziam para eu não me tornar aquele bicho horrendo que era uma feminista, e eu calada, não entendia, “Como o mar de rosas se cobriu de esterco? Onde está este lado obscuro do feminismo que eu não consigo ver, mas que todo mundo me diz? Onde foi que o sonho se tornou pesadelo?”. Eu, como boa curiosa que sou, resolvi ir atrás das respostas, mas elas não estavam na internet, foram anos para encontrá-las, cerca de quatro; li inúmeros livros, tive o prazer de conhecer uma das autoras pioneiras a escrever sobre feminismo no Brasil, propus, com a ajuda da professora de sociologia e filosofia Ernestina, “Cafés Filosóficos” com este tema, não com o intuito de passar conhecimento, eu queria mesmo era aprender! Mas nada das respostas…

  Por um tempo eu concluí que eu não sabia o que era feminismo… Parecia que eu via tudo por uma bolha cujo cheiro era agradável tal como o perfume das rosas, mas na verdade o feminismo era ruim! Pecador! Mal lavado e podre! Eu me sentia sozinha e eu só queria que alguém me tirasse daquele lugar, para que eu pudesse desfrutar da verdade.

  E eu só a encontrei quando eu parei de focar na minha bolha e comecei a olhar para mim mesma, afinal, eu havia feito tantas coisas, durante tanto tempo, para descobrir o que era feminismo e eu não via esse movimento como algo tão horripilante e asqueroso assim. Pensei “Eu li tantos livros, inclusive conversei com a autora de um deles, propus debates, pesquisei, li sites, jornais, as pessoas que me falam o que o feminismo é e o que ele não é têm que saber mais do que eu, certo?" Certo! Perguntei-me se elas sabiam, e a resposta era não! Foi quando eu decidi abrir o jogo e levantar bandeira. Eu perguntava sobre as fontes das outras pessoas nas discussões, eu perguntava o que as pessoas sabiam sobre o feminismo e elas sabiam muito pouco ou nada! Percebi que os ignorantes que diziam o que o feminismo era às vezes tinham a primeira das minhas dúvidas, às vezes a segunda ou a terceira… Eram pessoas tão sedentas de respostas que sucumbiam à ignorância para ter alguma, mesmo se ela estivesse tão errada. Foi quando eu percebi que precisava informar as pessoas, tirar as pulguinhas de trás das orelhas delas, antes que elas pesassem tanto que caíssem no chão e começassem a dizer bobagens. E então eu percebi que eu tinha embasamento e temas mais que suficientes para ter uma Coluna no jornal da escola e convidei uma amiga minha para embarcar nesta jornada comigo, preenchendo cabeças com conhecimento, corações com paz e a sociedade com mais igualdade.

 Hoje, eu agradeço a minha amiga Isabela Andrade por ter criado esta coluna comigo, sem ela isto não existiria. E mesmo que às vezes as amizades se vão, Isa, saiba que uma parte da pessoa fica, como uma semente plantada no coração, que enobrece e dá vida quando as flores se abrem e você, com certeza, é uma semente de girassol plantada em meu coração, mesmo que um dia não caiba a nós escolher ficar, haverá sempre um amarelo dentro do peito. Muito obrigada.

  Agradeço também a professora de Português e Inglês Paula Campos, que sempre dedicou suor a colocar meus textos de pé, a “professorinha” que criou este projeto tão maravilhoso que é o Tribuna, sempre me motivou a ser poeta, escritora e desenhista.

  Mas agradeço principalmente a você, caro leitor, ainda mais se chegou ao fim do texto e doou um pouco do seu tempo a me conhecer um pouco melhor, saiba que meu coração jorra felicidade ao saber que há um par de olhos descendo os versos do texto, olhos focados a aprender, olhos dedicados, olhos curiosos assim como os meus até hoje permanecem.

Potencialize os estudos

 

Potencialize os estudos

 

"Às vezes, sinto que estudo horas e não aprendo nada..." Talvez essa frase seja comum a muitos estudantes por aí, mas o que será que eles estão fazendo de errado?

   Inicialmente, vamos filosofar. Estudar é bem mais que carga horária, percebemos isso quando passamos quatro horas e meia na escola, e sentimos que nem sempre essas horas são úteis, ou absorvidas por completo. Então, tire a ideia da cabeça de que quanto mais horas estudar, mais irá aprender. Porque, na verdade, isso te deixará mais cansado e menos produtivo.

   Então, o que fazer? Como eu disse outras vezes, é interessante ter um cronograma. Ele serve para que você organize o que vai estudar a cada dia da semana, em determinado horário, te ajudando a ter disciplina, foco e organização. E isso tudo é bem importante no mercado de trabalho atualmente. Faça o seu cronograma sem pensar em muitas horas. Comece com pouco, e com conteúdos menos extensos. Em poucos dias, você sentirá necessidade de aumentar as horas, e adicionar mais conteúdos.

Deixe a monotonia de lado. Assistir a aulas, fazer exercícios e revisar são coisas importantes, mas que nem sempre te ajudam no processo de memorização e absorção do conteúdo. Para isso, contextualize conteúdos, crie associações visuais, faça anotações e use sua criatividade.

Como assim contextualizar conteúdos? Isso significa fazer associações entre um conteúdo e outro. Por exemplo, para aprender estequiometria, em química, é interessante que domine conteúdos da matemática como a regra de três, ou a própria matemática básica.

Associações visuais são aquelas que usam imagens, desenhos ou figuras para facilitar o processo de aprendizagem. Para isso, assim que terminar um conteúdo de biologia, por exemplo, pesquise uma imagem na Internet ou em livros. Tudo isso explora a sua memória fotográfica.

Por fim, não deixe para trás os "clássicos" como a prática de exercícios, as anotações e revisões. Esses são os elementos da sua escada para o sucesso, então não se esqueça deles. Além disso, lembre-se de que cada um tem sua forma de estudar e aprender, e todas elas são válidas, desde que te façam aprender de verdade.

Bons estudos!


Autistas no âmbito escolar e profissional

 

Autistas no âmbito escolar e profissional

 

Pouco se tem discutido acerca de pessoas com autismo e sua inserção no âmbito escolar e profissional. Atualmente, observa-se que as escolas, em sua maioria de rede pública, não dispõem de profissionais que saibam lidar e tenham o devido preparo para educar essas crianças. Para que uma pessoa autista seja incluída no mercado de trabalho, é necessário que antes a mesma seja incluída na escola. O desafio maior é que tal transtorno afeta drasticamente o quesito da comunicação.

O autismo é um transtorno neurológico caracterizado por comprometer a interação social e a comunicação, os sinais geralmente se desenvolvem gradualmente. Ele afeta o processamento de informações no cérebro, alterando assim, a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam. Apesar de algumas crianças com autismo se desenvolverem bem, podem-se ocorrer casos de regressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são autistas. Além disso, estima-se que o Brasil tenha cerca de dois milhões de autistas.

Quando as dificuldades são notadas precocemente, a intervenção com terapias é mais eficaz, fazendo com que a criança se desenvolva e tenha mais autonomia perante situações cotidianas, por exemplo. Por outro lado, pessoas com autismo são boas em testes de inteligência não verbais e possuem memórias excepcionais, podendo se lembrar de informações fidedignamente. Portanto, se inseridas no âmbito profissional, o ideal é explorar áreas auditivas e visuais. Apesar de esse transtorno ser variável de pessoa para pessoa, o critério de diagnóstico se baseia na capacidade de realizar atividades simples, portanto as pessoas que possuírem grau leve seriam inseridas mais facilmente.

Para que haja essa inserção, é necessário que a empresa ou o local de contratação tenha o preparo e faça acompanhamento com o contratado sempre. Assim, incluindo-o de forma respeitosa, humanizada e paciente. É de fundamental importância preparar também os membros da equipe de trabalho, para que os mesmos saibam como agir com a pessoa que possui o transtorno.  


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Lagartixa

 

Por Vitória Maria Gava, 3.9

 

Lagartixa

 

As pálpebras relutantes querem se fechar

O corpo quer dormir

A boca, já seca, quer falar

Não há ninguém para ouvir

Ultimamente tenho me pegado sonhando acordada

Pensando nas coisas que poderíamos ser

É longe demais pra eu ir

É o lugar que eu mais quero chegar

Eu pareço a minha gata

Após comer, beber, dormir, ela avista uma lagartixa no teto

Mia

Estica as patas na parede

Tenta alcançar

Se contorce

Sobe nos móveis

Por que quer tanto a lagartixa se tem o suficiente, e até mais?

Um lugar confortável pra descansar

Comida o bastante para comer

Água o suficiente para tomar

Mas ela arranha as paredes

Mia

Eu tento deitá-la no meu peito

Mas ela acorda durante a noite

Olha para o ser que habita o céu do quarto

Distante

A lagartixa lhe interrompe o sono

Ela mia outra vez

Eu pareço a minha gata

Tenho de tudo

Mas ainda quero a lagartixa...

Éter

 

Por André Lucas Antunes Dias, 3.9

 

Éter


 

Conversa de éter pra éter:

Heterônimos antônimos

Espaço circular, espaço a expandir-se

Omni, meu cônjuge, decidiste?

És pedra, és mar, és etílico?

És impaciente toda vez que da festa me abdico?!

Éter pra éter, parece em vão, pura confusão

Éter pra éter, dois universos em colisão

Éter pra éter: começa a pairar o foguete em combustão

Éter pra éter: épocas passam como se de um segundo fosse apenas fração

Olhar de soslaio de ambos ao senhor de mil nomes

Mil éteres, mil exames, mil autópsias e títulos infames

Da colisão dois universos se fundem

Anulam e criam matéria em incertezas que pairam numa nuvem

É omni em pura perfeição, pura contradição

É guerra e aperto de mão

Carrega planetas livres de bandeiras de espécies em extinção

Cada um com vida fora de harmonia que se harmoniza na não coerção

No olhar perspectivo que exatamente por isso preza pela subjetivação

Omni é multiverso não localizado, sem designação

Que fica em constante colisão e criação

Conversa pelo tempo para a permanência do espaço

Do espaço para o tempo

 

Poemas soltos – parte 2

 

Por Priscila Rebeca Siqueira, 3.11

 

Poemas soltos – parte 2

 

Suspiro.

O fôlego se esvaía dos pulmões

O coração saltava feito pássaro saindo do ninho

Poderiam ser constelações

Eram as digitais percorrendo o melhor dos caminhos

 

 

Adrenalina.

 

Tudo acontecia

Queria que durasse horas

Mas o ponteiro não dormia...

terça-feira, 28 de julho de 2020

Fugindo da procrastinação


Fugindo da procrastinação


Ah, a procrastinação... É o terror dos estudantes de todos os lugares, e também a culpada por muitas das vezes que não estudamos como deveríamos.
Mas, o que é isso? A procrastinação é o adiamento de alguma ação que precisa ser realizada naquele momento. É quando se sabe o que deve fazer, mas não é capaz disso. Existem várias explicações para esse fator, como atividades desgastantes e/ou desagradáveis, cansaço, transtornos mentais, entre outros.
Como evitar a procrastinação? O primeiro passo é encontrar o real motivo pelo qual você está estudando. Lembre-se de que os estudos não devem ser um fardo, mas sim algo que mude seu ponto de vista, que te estimule a raciocinar e questionar mais sobre o mundo em que vivemos.
Além disso, evite distrações. Ao estudar, afaste-se do celular. Caso estude por meio dele, desative as notificações ou baixe algum aplicativo que as silencie. Para ajudar na concentração, é importante selecionar um lugar silencioso, ou com menos ruídos. Use um fone de ouvido caso não seja possível encontrar o melhor lugar.
Por fim, crie um cronograma. Ter uma rotina para estudar é fundamental para um bom rendimento. Separe pelo menos trinta minutos para se concentrar no que está fazendo, e aos poucos aumente o tempo. Lembre-se que qualidade é melhor do que quantidade!
Essas foram as dicas para evitar a procrastinação, confie no seu potencial e não desista. Afinal, essa é a sua caminhada rumo ao sucesso pessoal. Bons estudos!

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Brasileiros no combate a ansiedade e depressão


Brasileiros no combate a ansiedade e depressão


Convive-se diariamente com as consequências da ansiedade e da depressão, devido aos fatores emocionais e físicos que esses transtornos acarretam. A vida em sociedade tem cobrado cada vez mais dos indivíduos. Com isso, o sentimento de que se tem a obrigação de possuir bens materiais, alcançar a felicidade e ser bem sucedido é uma marca do século atual. O adoecimento é um dos resultados dessas exigências. Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
O Brasil tem cerca de 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença. Os brasileiros não são somente deprimidos, também são ansiosos. Em 2017, 18,6 milhões de brasileiros tinham o transtorno, o que corresponde a quase 10% da população.  Segundo Marjorie Carvalho, psicóloga do Zenklub, a ansiedade se torna um problema porque causa grande impacto na vida diária de uma pessoa, limitando suas experiências e levando a prejuízos em uma ou mais áreas da vida.
Sabendo-se que a depressão não fica longe disso, a mesma pode afetar vários âmbitos da vida de um indivíduo, trazendo reflexos negativos, muito além dos reflexos psicológicos, comprometendo a vida social, estudantil e profissional. A desigualdade social, pobreza e traumas na infância são apontados como fatores de risco para transtornos de ansiedade, assim como o estresse, ainda que não necessariamente uma pessoa estressada ou que tenha sido exposta a uma situação estressante vá desenvolver algum transtorno desse tipo. No Brasil, é comum viver essa realidade, o que está gerando cada vez mais pessoas ansiosas e deprimidas.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, campanhas midiáticas podem contribuir com divulgação sobre o assunto, para que mais pessoas sejam conscientizadas sobre a importância de estarem atentas aos sinais que as pessoas podem demonstrar, as escolas têm papel fundamental de orientação e cuidado aos jovens, e cabe à família, observar e zelar pelo bem-estar físico e mental, não somente dos jovens, mas de adultos que também passam por esses transtornos, oferecendo a assistência necessária. A responsabilidade governamental visa à criação de campanhas de prevenção e conscientização social para o problema, além da oferta de assistência gratuita psicológica, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

A construção da masculinidade frágil na sociedade


A construção da masculinidade frágil na sociedade

Desde muito tempo os meninos são criados para serem fortes, brutos e inflexíveis. Na antiguidade, isso era justificado com o fato de a vida ser difícil, os homens terem que trabalhar para sustentar a família e ir para guerras em que seu povo se envolvia. Os rapazes não podiam demonstrar sentimentos, cuidar de si mesmos ou fazer qualquer coisa que ferisse sua masculinidade.
Pois bem, séculos se passaram e muitos desses pensamentos ainda são presentes na criação de vários meninos. Muitas vezes, podemos ver isso com clareza em pequenos gestos; um exemplo que podemos citar é quando um menino chora e um adulto o manda parar de chorar porque isso não é coisa de homem. A partir disso e várias outras atitudes que os adultos têm com as crianças, os meninos são condicionados a construírem uma masculinidade frágil, tendo que se podar o tempo inteiro para não parecer, de forma alguma, "menos homens". Esse tratamento social chega a ser tão forte que até as próprias crianças se cobram uma masculinidade inquebrável, vindo (em alguns casos) a ocorrer bullying.
As crianças crescem e aprendem a ser alguém totalmente diferente do que realmente são, tendo que se preocupar com o que estão vestindo, se estão sendo dóceis demais, ou andando de uma maneira máscula o suficiente. Eles aprendem a se fechar e ter um pensamento totalmente ultrapassado, que vem de séculos atrás.
Tudo isso resulta em pessoas que não sabem lidar, falar ou expressar seus sentimentos, podendo vir a desenvolver depressão, ansiedade e vários outros problemas psicológicos.
O feminismo não é uma luta para beneficiar apenas as mulheres, mas os homens também! Todos estamos em processo de evolução e desconstrução e isso inclui os homens e seus atos. As pessoas não têm que se sentir mais pressionadas pela sociedade para seguir o padrão. A masculinidade frágil fere e por isso temos que acabar com ela.

Manifesto contra o legislar


Por André Lucas Antunes Dias, 3.9

 

Manifesto contra o legislar


O garoto nasce com os dizeres de hegemonia
O garoto nasce e já sabe que a roupa não é ele quem limpa
O garoto cresce e se casa em uma casa onde vive em constante tirania
Agora acha que sua mulher é a que tem que ficar na pia
Agora acha que a mulher é o brinquedo feito para trazê-lo alegria
Enquanto no sofá, em frente a TV, ele espreguiça todo dia
Enquanto ensina os mesmos valores à sua cria
É um ciclo infinito de uma cultura em epilepsia

Já estou farto dessa constante pneumonia
Desses cantos de melancolia
Me assassino todos os dias para que minha matéria forme sobre o solo uma árvore frutífera
Pois esse formigueiro já não suporta mais carregar os mesmos pesos sobre as costas
Ei de gritar e tape os ouvidos se sua anemia já for tão grande que te levou para uma realidade onde só reina a mentira
Ei de gritar que já estou farto dessa adoração à autotirania

As pessoas por aqui nascem confusas, em um mundo em que existe tristeza e alegria
A fim de manterem a alegria sempre por perto cedem tudo o que têm a alguém que mostre os passos para essa utopia
Ora, são todos estúpidos, estão dando poderes a legisladores!
E não há caos mais profundo do que um ser imperfeito que se ache capaz de dizer qual decisão alguém deve tomar para a perfeição alcançar
Dessa forma criamos o primeiro monstro
Aquele que gosta de se exibir, mas não muito, apenas o que se encontra na superfície
Aquele que fala grave para que o temam
Aquele que mente para si mesmo enquanto tenta convencer mais pessoas com as suas mentiras
De que o que importa é a superfície, poros sujos e oleosos, não a profundidade da mente
- Sim, estou falando do homem moderno, aquela criatura esdrúxula citada no início!
Esse monstro tentará dizer que seu opositor, ou seja
Um ser de carinho, racionalidade, que busca a integridade
É quem deve ser considerado o monstro, incapaz de ocupar o cargo de criador de leis
É claro que o monstro não gosta de exibir sua profundidade
Dessa forma todos descobririam sua real identidade
Por isso não quer que ninguém adentre seu ser
Pois assim seria fácil de perceber sua medíocre encenação, tortuosa dança de cisne morto no chão

Esse é apenas um dos monstros, pois nós realmente gostamos de criar monstros
Ah! gostamos tanto que há um que muitos até hoje o beijam, abraçam e tornam-se totalmente submissas a ele
Esse segundo monstro a que me refiro é o mais terrível!
Pois ele não se encontra no mundo físico, onde poderíamos mais facilmente observar sua feiura
Mas sim num mundo distorcido, onde sempre que tentamos desvendá-lo dizem que essa área não é segura
Ora, quase dizem que a procura pela verdade é uma procura pela própria sepultura
E quando vamos mergulhar nesse lago raso que encheram para o monstro se banhar
Chacoalham a água para que só possamos ver o azul da superfície daquele lugar, como se tudo fosse bonito e digno de se confiar
Sim, estou falando de Deus!
Mas não qualquer Deus, e sim aquele Deus pensado como única escolha
Ó, me desculpem, eu falei para tapar os ouvidos quem já estiver muito anêmico
Pois o que direi abala estruturas, e não é qualquer um que consegue suportar!
Vocês vivem alheios de si!
Vocês acreditam que há alguém a observar e a dar marteladas a cada pensamento considerado errado
Mas, digo, vocês mesmos criaram o martelo, e vocês mesmos que criam essa contusão e dor de cabeça ao pensar em algo que acham que não deveriam pensar
Pois eu digo: o escuro é o maior criador!
O mal é o bem mais louvável!
Pois só quem explora esse lado da consciência está preparado para entender o que de fato o faz bem e o que de fato não o faz!
Oh! Caros amigos de espécie, não se extingam!
Não tentem viver conforme as regras de mais um legislador
Para que tantos legisladores quando as leis não são universais?
Ah! Mas procuras uma salvação, um lugar onde possa repousar, dirá!
Mas então pergunto: Se uma empresa de viagens lhe oferece uma promoção, podendo visitar qualquer lugar que um dia pôde imaginar
Mas com a condição de que precisará trabalhar como um escravo em seus setores de limpeza
Até que após 10 anos possa nessa aventura embarcar
Você iria aceitar?
Ora, acredito que primeiro perguntaria "isso é mesmo uma promoção?"
E pior ainda:
Se cumprir o prazo de 10 anos e a empresa falir e te abandonar?
Como sabe que realmente terá essa viagem após o árduo trabalho que terá de realizar?

O século XXI, acreditem, ainda é de escravos
Ainda caminham sobre a rua pessoas com grilhões entre os braços
E fomos nós que criamos os monstros que vieram para nos acorrentar
É isso, se quiserem, distribuam flechas pelo ar, para o meu peito acertar, pois acabo de em mais um dia me matar
Meu enigma nasce, meu corpo pode até ir embora, mas aposto que, após meus dizeres, farei ao menos com que pensem duas vezes em relação a quantos mais monstros estão prestes a criar

Eduardo Galeano uma vez salientou a importância de não se nascer importante
Se referia aos Estados Unidos e o descaso que a Inglaterra tinha pelo seu solo repleto de índios e sua fúria cortante
Dessa forma desenvolveu-se manufaturas sobre esse solo, sem a vigilância da metrópole, que logo foi impulso para levar esse país a ser da economia dominante
Enquanto o Brasil agonizava tendo suas riquezas extraídas como principal colônia de Portugal e de todo Europa servente incessante
Eu saliento que também não estamos dando importância a esses monstros que só crescem e mais tarde nos devoram
Eles nascem e não os damos a devida atenção, enquanto extraímos nossa suposta alegria em produtos que favorecem a economia e, por conseguinte, nos cega do regime de escravidão

Poemas soltos


Por Priscila Rebeca Siqueira, 3.11

 

Poemas soltos


Impacto.
Nossos corpos nasceram para se tocar
Assim como a fusão
Era como um barco a velejar

Tão potente quanto baterias elétricas
Fusão no beijo, no toque e no flerte,
Importante quanto um raio de Sol
Substância inerte.

Paralisia.
O mundo parecia não girar
Mas se girasse como ponteiro de relógio
Eu queria que fosse devagar...

Hora vai, hora vem...
E se vem, que venha rápido
Mal pode se esperar 
Sentir a sutileza no toque e no olhar

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Como estudar exatas


Como estudar exatas


Para começar, que seja em grande estilo!  Estudar já não é uma tarefa fácil, requer tempo, concentração... E, na maioria das vezes, as exatas tornam-se uma dificuldade adicional. Mas trouxe algumas dicas para descomplicar a vida dos perdidos.
A começar pela desconstrução de possíveis pré-conceitos que possam aparecer com relação a esses conteúdos. Pessoas que têm dificuldade, normalmente tendem a tratá-los com indiferença, prejudicando a produtividade. Entenda que, para um bom desenvolvimento, é preciso ter maturidade em saber que nem todos os assuntos serão facilmente compreendidos. Mas eles foram se aprimorando ao longo da História para facilitar o nosso entendimento acerca do mundo em que vivemos. Portanto, não tenha medo de começar, e considere que ao estudar esses assuntos, está contribuindo para o próprio conhecimento de mundo.
Conheça a teoria. No conteúdo de química, por exemplo, é menos comum realizar cálculos. A matéria exige um conhecimento teórico que deve ser trabalhado ao longo dos três anos do ensino médio. Já em física, as fórmulas estão sempre presentes para facilitar os cálculos. Talvez fazer uma música ou anedota possa funcionar para fixá-las. Esteja atento a possíveis transformações de unidades que possam aparecer nos exercícios. Para isso, recomendo que deem uma olhada no conteúdo de matemática básica.
Por fim, praticar. Fazer exercícios é fundamental para fixar os assuntos, bem como corrigir os erros. Esteja atento à teoria, para aplicá-la de maneira correta. O velho ditado "prática leva a perfeição" pode funcionar como uma inspiração nesse caso, já que quanto mais praticar, menos chances de cometer os mesmos erros numa prova, por exemplo.
Essas foram as minhas dicas para descomplicar esses conteúdos que às vezes dificultamos tanto. Até a próxima.

terça-feira, 7 de julho de 2020

SE O MACHISMO NÃO É BOM, POR QUE O FEMINISMO SERIA?


SE O MACHISMO NÃO É BOM, POR QUE O FEMINISMO SERIA?

  Olá, caro (a) leitor (a), se você se assustou com o título deste texto, pode ir acalmando seu coraçãozinho; agora, se você sempre teve esta dúvida e a manteve em segredo, aconselho a ler o restante do texto para acabar de vez com as suas aflições.
  O erro desta frase “se o machismo é ruim, o feminismo também é” e todas as suas variações, é um erro de iniciante, mas não se preocupe, é super comum! Até mesmo estas meras autoras já tiveram dúvidas quanto ao assunto, e as dúvidas se resolvem com aprendizados, informações e pesquisas, muuuitas pesquisas! (Mas pode ficar tranquilo (a) que eu já fiz o trabalho pesado para você). Primeiramente, o que é machismo? Machismo segundo o dicionário é:
1. Modos ou atitudes de macho. = MACHEZA
2. Comportamento ou linha de pensamento segundo a qual o homem domina socialmente a mulher e lhe nega os mesmos direitos e prerrogativas.
3. [Informal] Orgulho masculino exagerado. Definições de Oxford Languages

  E o que seria feminismo?
1.doutrina que preconiza o aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade.
2.movimento que milita neste sentido.
3.teoria que sustenta a igualdade política, social e econômica de ambos os sexos.
Definições de Oxford Languages

  O quê?? Quer dizer que o machismo é o pensamento ou comportamento masculino que inferioriza ou agride as mulheres enquanto o feminismo busca por um mundo com mais igualdade entre homens e mulheres? SIM!, amado (a) leitor (a)!   
 
  Mas agora você deve estar se perguntando se o machismo e o feminismo não são antônimos (Antônimo é um substantivo ou adjetivo que descreve uma palavra que tem um significado oposto em relação a outra palavra. Por exemplo: caro é antônimo de barato.) Qual seria o contrário de machismo? Ou seja, o comportamento ou pensamento que faz a mulher como superior, dominando socialmente os homens? O nome desta palavra é femismo, vou dizer de novo FEMISMO. Não, não tem erro de digitação nem nada, o significado de Femismo é a ideologia que prega a superioridade do gênero feminino sobre o masculino. É considerado o equivalente ao machismo, mas fazendo com que os oprimidos sejam os homens, enquanto que as mulheres seriam as opressoras.

  Espero que você tenha aprendido um pouquinho mais hoje e se sua cabeça ainda está cheia de dúvidas, pode entrar em contato conosco, fazer sugestões de temas ou dialogar:
Gmail: meninaquenaotiraobatomvermelho@gmail.com
Instagram: @Vitymara e @isab3ela_andrad3

Com carinho; as autoras.

terça-feira, 23 de junho de 2020

A(s) flor(es) daquele dia

Por Layne de Freitas Castro, 3.9


A(s) flor(es) daquele dia



Sob o alvorecer, na caminhada daquele dia.
Com estas mãos eu peguei uma flor.
Eu roubei uma vida, com uma culpa tardia.
Eu me senti como uma leve brisa, jogada a um atormentador.

O lírio tão claro assim como a pureza que o havia abraçado.
Sua brancura vinha da neve que estava a cair.
Se enegreceu sob este céu que havia lhe dado tanto cuidado.
'Este lírio negro é um presente dos céus para ti.'

A rosa que levava as cores do sol e a suavidade de suas pétalas.
Mesmo que seja uma flor tão bela e de tamanho esplendor.
Com tantos espinhos não se pode tocar nela.
O rubro que a cobriu anuncia um sentimento ainda maior: a dor.

A Lavanda por que a púrpura se apaixonou e a graça cuidara.
'Com uma voz trêmula, ouça minhas súplicas a atendê-las.'
Como se dissesse com uma essência enlouquecedora.
A cor que já vem preenchendo a noite, irá de todas realizá-las

A flor daquele dia não tinha nome nem essência.
Suas pétalas anunciavam a efêmera brevidade da vida.
Com as cores que só as estrelas conheciam
Aquela flor nunca havia sido criada por Deus, ainda.

Desejei naquele dia, com um pesar
Que todas as realidades se encontrassem em um pequeno instante.
Assim talvez eu pudesse não ter tomado tantas vidas ou dissipar.
E nem teria as visto partir tão brevemente.

Devaneios

Por Milene Carolina da Silva, 3.10

Devaneios



À espreita pela fresta de uma janela 
Vislumbro um mundo desconhecido, imagino ser como uma estrela .
Ter o privilégio de nunca ter caído. 
Após a primeira queda não  ficar em negação. 
Aceitar e seguir em frente seria mais difícil do que sentir frustração. 
Incerto é viver de incertezas 
Você é jovem demais pra isso.
Arriscado é se arriscar por essas 
Você é velho demais pra isso.
Julgo que tenho julgado demais  
Lamentado por lamentar demais ...

Não é cômico? Entrar em um círculo vicioso
Onde se pensa e repensa nos atos, mas não chegar em uma conclusão.

Carne incinerada

Por André Lucas Antunes Dias, 3.9

 

Carne incinerada




Que venha a loucura então
Que no surto te configuro, torna-se poema
Em páginas vermelhas
Formadas pela celulose venosa
Que venha o caos
Que ele me cubra e deixe meu ser estilhaçado
Que se ligue o motor
Que o néctar escoe da fruta

Máxima: À carne incinerada o corvo padece
Tamanha substância não pode ser deglutida
Pelo ser de manto preto...
Dias depois é também consumido
E só resta o flagelo imerso na corrida pelo útero
A parir a escritura
Escrita a carbono dissociável
O orgânico, embebido da gasolina jorrada da taça
Com marcas de vinho
Organiza os neurônios
De uni a pluricelular
A estrela brilha, e deixa marcas na pele
O suor bebe do sal, polarizador
Para alcançar o mel, energizador
Tudo suportado pelos calcanhares
Que insistem em correr, cair, submergir e novamente se localizar

Loucura


Por Priscila Rebeca Siqueira, 3.11

 

Loucura


Tudo que você escreve
Seja um ponto
E que ponto...
A que ponto?
As retas entre eles percorrem você
Atravessam sua alma e me dão um pouquinho dela
Através dos versos
Sabe?
Loucura
Mas quem disse que eu não sou louca?
Estou em constante procura.

Métodos contraceptivos no Brasil


Métodos contraceptivos no Brasil


Muito se tem discutido acerca do uso de métodos contraceptivos, quais os benefícios eles trazem e como tornar o acesso viável para todos. Os contraceptivos são recursos antigos e, com a evolução do conhecimento, muda-se também o conceito dos métodos de prevenção. Em virtude do cenário atual, mesmo com toda a discussão sobre tal assunto, ainda há um grande incidente de gravidez na adolescência e Infecções sexualmente transmissíveis (IST's).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são contabilizados no mundo mais de 1 milhão de casos de infecções sexualmente transmissíveis entre pessoas de 15 a 49 anos. Além do número dessas infecções ser crescente no Brasil, conta-se com 400 mil registros de gravidez na adolescência anualmente. Ao analisar os fatos, é debatido sobre políticas que possam contribuir com a diminuição dessas taxas.
Atualmente, observa-se que, apesar do acesso gratuito aos métodos contraceptivos através do Sistema Único de Saúde (SUS), houve uma decorrência maior dos casos citados anteriormente. É colocado em questão o fato da carência de educação sexual na rede pública, orientação familiar e orientação dos profissionais de saúde mediante palestras, por exemplo. No Brasil, torna-se um desafio, considerando as desigualdades regionais, raciais e socioeconômicas que ainda precisam ser superadas.
É inegável que com o acesso a orientação e informações, tais taxas serão reduzidas. É necessário orientar, principalmente, a população adolescente, para que as medidas sejam efetivadas e a próxima geração, de certa forma, seja mais saudável.

terça-feira, 9 de junho de 2020

O poder da desconstrução



O poder da desconstrução


Todos nós somos, no fim, poeira de estrelas, e nossos pensamentos são castelos de areia que construímos durante o tempo; quanto mais vivemos, mais aprendemos, e cada vez mais podemos construir novos pilares, fazer obras de arte incríveis, modelar sonhos, ideias, pensamentos e, quando achamos que terminamos, o universo vem nos ensinar sobre nossa pequenez, lembra-nos de que existem outras formas de construir os castelos, outros formatos, outras cores, em que talvez não havíamos pensado. Às vezes nos orgulhamos tanto das nossas ideias que vamos sufocando outras pessoas, desmanchando castelos alheios, desejando que o mar os apague, mas lá vem o universo de novo mostrar que não estamos sozinhos, mostrar que nem sempre estamos certos e que nossas construções podem machucar. Não é fácil se esforçar, aprender, ver a obra concreta a sua frente e dar espaço para a desconstrução, para um novo formato, talvez menos pontiagudo, talvez mais forte.
A verdade é que não sabemos o porquê, não sabemos a resposta, não sabemos nada. Como o próprio Sócrates já disse: "Só sei que nada sei". Essa frase mostra nossa ignorância, e nos submete a aprender, de novo e de novo, afinal, quem pode dar a certeza de qualquer coisa na vida?
Se não sabemos o que é certo, arrisco-me a dizer que a mudança é favorável, pois talvez uma hora a gente acerte e deixe a vida mais fácil, mais feliz. Uma vez, ouvi dizer que "Ficar em constante mudança é a mesma coisa de não chegar a lugar nenhum", mas eu digo "Mudar te faz chegar a vários lugares e te faz conhecer novos horizontes".
Porém é importante discutir sobre nossos pensamentos, nossos castelos, pois só compartilhando é que vamos abranger cada vez mais o mundo e fazê-lo suscetível a mudanças tão necessárias.
Por isso nós, as meninas do batom vermelho, decidimos começar esta coluna, para mostrar a importância de algumas mudanças na sociedade, mas mais do que isto para compartilhar, abrir espaço a discussões e, principalmente, aprender, para também mudarmos.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

O Renascimento do Parto - Documentário


O Renascimento do Parto - Documentário


O primeiro momento do documentário trata do relato de Carol Lobo, que conta a experiência do parto “Cesariana” na sua primeira gestação. Segundo o médico, a criança teve de ser retirada com 38 semanas e dois dias, pois estava com uma "circular de cordão", que é basicamente o cordão umbilical envolto ao pescoço. Três anos se passaram e Carol engravidou novamente, então, resolveu mostrar a sua filha como os bebês nasciam através do vídeo do parto, mas, no decorrer do vídeo, ela se choca com o tratamento que recebia durante o ato cirúrgico, notando que ambas recebiam procedimentos muito invasivos.
Com essa história, é inserido no documentário um tema pouco discutido, porém muito importante: A violência obstétrica. Segundo Michel Odent, obstetra francês, a evolução do parto fez com que fosse deixado pra trás o conceito do "coquetel do amor", que é a mistura de hormônios passados da mãe para o bebê no momento do nascimento. Hoje em dia esses hormônios são induzidos de forma sintética, ou pior, nem são "ativados". 
Ricardo Jones, obstetra brasileiro, afirma que a entrada da figura masculina no cenário do parto, alterou totalmente a forma de abordá-lo. Além de passar a ser um ato cirúrgico ao invés de fisiológico, o controle fica inteiramente nas mãos dos médicos, o que faz com que mulheres e bebês sejam colocados em risco. No Brasil, 52% dos partos são cesarianas, por trás dessa estatística existe uma lógica cultural e econômica. Para os médicos, é muito mais viável e lucrativo ter algo marcado do que incerto. 
Segundo Melania Amorim, médica obstetra, a maioria dos médicos induzem mulheres através de falácias e mitos, fazendo assim elas optarem por esse procedimento invasivo. Alguns mitos são comuns, tal como a circular de cordão. O bebê respira através do próprio cordão umbilical e da placenta, portanto é impossível morrer enforcado, pois ele só respirará normalmente quando o cordão for cortado. Outro mito comum é falar que a mulher não entrou em trabalho de parto sendo que, até a quadragésima segunda semana, todas entram. A questão é que muitos médicos não esperam a dilatação acontecer e já partem para a cesariana. 
Apesar de a cesariana salvar muitas vidas, não deveria ser tão frequente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cesariana é responsável pelos elevados níveis de prematuridade, internação e problemas respiratórios; além disso, causa altos níveis de mortalidade e hemorragias durante o parto.
O Nascimento humano foi moldado, criando a ideia de que mulheres não são capazes de ter filhos da maneira natural, assim, impregnando tabus na sociedade. A violência obstétrica constitui uma grave violação a autonomia das mulheres, ferindo os direitos humanos. Por isso, é importante que não somente as mães sejam conscientizadas, mas também nós adolescentes e jovens, pois traremos ao mundo a nova geração.